Tao Geoghegan Hart recorda a queda na Volta a Itália de 2023: "No dia em que parti a perna, tinha 100% de certeza que ia lutar pela classificação geral"

A Lidl-Trek anunciou os objectivos de Mads Pedersen, que passam pelo Giro e pela Vuelta de 2025. Simultaneamente, ficamos a saber que Jonathan Milan é uma certeza para a Volta a França. Os trepadores da equipa ainda não revelaram os seus planos e Tao Geoghegan Hart prefere manter-se afastado das luzes da ribalta por enquanto, concentrando-se em regressar às vitórias.

"Quero realmente concentrar-me, não necessariamente corrida a corrida, mas certamente no primeiro período. É esse o meu grande objetivo. Nesta altura do ano há muitas manchetes sobre os objectivos e anúncios das pessoas, mas essa é a realidade para mim", disse Hart de acordo com Cyclingnews. "Acho que é um pouco absurdo olhar para além disso e começar a olhar para grandes objectivos".

"Tentei mesmo isso no ano passado, depois de regressar. Já estávamos a falar sobre o Tour com a equipa antes mesmo de eu ter regressado à bicicleta. Foi muito inspirador na altura, mas agora parece-me que a abordagem mais lógica é concentrar-me apenas em voltar ao meu melhor e sentir que a página foi virada desde que parti a perna em 2023".

Hart irá muito provavelmente concentrar-se em algumas corridas mais pequenas nesta primavera antes de decidir qual a Grande Volta que irá disputar, o que poderá depender dos resultados que apresentar e do seu papel na equipa americana. O vencedor da Volta a Itália em 2020 teve alguns anos difíceis, mas em 2023 parecia estar a regressar ao seu melhor nível. No entanto, antes de poder apresentar mais um desempenho brilhante, abandonou a corrida na 11ª etapa com uma fratura da pélvis que pôs fim à sua época.

"No dia em que parti a perna, tinha 100% de certeza de que ia lutar pela classificação geral no Giro e isso é algo que me inspira muito. Foi por essa razão que comecei a praticar este desporto. É esse o objetivo, voltar a esse ponto", admite. "Mas, antes disso, há passos a dar, que é ser competitivo, mesmo em corridas mais pequenas. O meu objetivo é voltar a competir e a liderar a minha equipa e os meus colegas de equipa, formando um bom grupo à minha volta para tentar ganhar corridas de uma forma agradável ou, pelo menos, fazer uma boa tentativa".

A Lidl-Trek contratou-o em 2024, apesar do risco óbvio após as suas graves lesões e muitos meses fora da bicicleta, mas ele regressou e mostrou boa forma na sua primeira corrida de regresso na Volta ao Algarve, o que deu boas esperanças. No entanto, o resto do ano não correu tão bem, tendo terminado no Top 10 da Volta à Romandia, mas sem qualquer outro resultado significativo.

"Quando eu era um ciclista muito mais jovem, um dos diretores da minha anterior equipa disse que existem basicamente três tipos de ciclistas: os que ganham corridas, os que estão a aprender a ganhar corridas e os que ajudam os outros a ganhar corridas. Este é o período da minha carreira em que quero realmente ser um ciclista que produz resultados". Aos 29 anos de idade e com as performances nas subidas a evoluírem a cada ano que passa, há certamente pressão sobre os ombros do britânico.

Mas ele está preparado para isso e sabe o que quer. "Seria muito bom conseguir algumas vitórias. É mais fácil falar do que fazer. Penso que também seria muito satisfatório estar a lutar pela classificação geral, pelas corridas e, acima de tudo, sentir que as coisas estão a correr bem. Acho que isso é o mais importante. Espero que, com 12 meses de treinos e corridas nas pernas, isso me dê outro nível de desempenho".

"Gostaria de estar aqui no próximo ano e ver que a equipa me reconhece como alguém que contribui para as corridas, que lidera a equipa. Isso é importante para mim. Trata-se de sentir que o objetivo está a ser cumprido. Pessoalmente, é sentir que todo o trabalho árduo que fazemos e a merda que fazemos a nossa família passar e que eles têm de assistir a estas corridas vale a pena", concluiu.