Terá a Red Bull-Bora ignorado o historial clinico de Lazkano? "Médicos incompetentes ou sabiam que ele estava numa zona cinzenta?"

Ciclismo
sábado, 01 novembro 2025 a 13:13
Oier Lazkano
A contratação de Oier Lazkano pela Red Bull - BORA - hansgrohe está no centro de imensos debates e desta vez foi o dinamarquês Michael Rasmussen a questionar a responsabilidade da equipa em relação aos valores suspeitos encontrados no passaporte biológico do ciclista espanhol. De acordo com Rasmussen, é difícil acreditar que a equipa alemã não tenha sido informada sobre os dados médicos de Lazkano antes da assinatura do contrato. Ele sugere que os ficheiros médicos foram partilhados, mas não foram devidamente analisados ou que a equipa acreditou que nenhuma medida seria tomada contra o ciclista.
A situação, ainda envolta em mistério, deixa várias questões no ar. Segundo o El País, Lazkano não foi apanhado a testar positivo a qualquer substância entre 2022 e 2024, mas os valores anormais no seu passaporte biológico, registados em quatro ocasiões, levantaram suspeitas. Apesar de não ter conseguido explicar as irregularidades, Lazkano está actualmente suspenso provisoriamente pela UCI. A decisão de não permitir que o ciclista competisse foi tomada pela equipa em abril ou maio deste ano.

"Dois cenários possíveis"

Num post nas redes sociais, Michael Rasmussen expôs a sua opinião sobre a situação, apontando duas possibilidades. "Na minha opinião, só há dois cenários possíveis", começou por afirmar. "Parto do princípio de que a Red Bull - BORA - hansgrohe solicitou o dossier médico de Lazkano antes de assinar o contrato. No primeiro cenário, os médicos da equipa não eram suficientemente competentes para reconhecer sinais suspeitos, o que seria um problema em si mesmo."
Rasmussen não hesita em apontar a gravidade da situação, acrescentando que, se a equipa não tivesse detectado as anomalias, isso já representaria uma falha grave na avaliação dos dados médicos. No entanto, ele sugere um cenário ainda mais preocupante: "Ou, pior do que não ter detectado os valores irregulares de Lazkano, que seriam visíveis, é a possibilidade de que a equipa tenha reconhecido que o espanhol estava numa zona cinzenta e decidiu contratá-lo na mesma, acreditando que não seriam tomadas medidas contra ele."
Este segundo cenário levanta ainda mais questões, uma vez que as irregularidades no passaporte biológico de Lazkano foram detectadas desde 2022, mas só agora em 2025, é que a situação provocou uma investigação.

A responsabilidade da equipa e o risco de tolerância a valores anormais

Rasmussen aponta que, caso os médicos da Red Bull - BORA - hansgrohe tenham identificado os sinais suspeitos e, mesmo assim, a equipa tenha decidido contratar Lazkano, isso representaria um risco muito maior. "O segundo cenário? Esses mesmos médicos conseguiram detetar sinais suspeitos, mas confiaram que a ITA/UCI não iria agir", afirmou Rasmussen. "Isso seria um problema ainda maior, porque abre um risco totalmente novo: que vários ciclistas, com o conhecimento da equipa, pudessem estar a correr com valores sanguíneos anormais."
A questão coloca em xeque a ética e as práticas da equipa, levando a um debate sobre como as equipas gerem os dados médicos dos seus ciclistas e o que é aceitável quando se tratam de atletas de elite, que estão sempre a lidar com pressões para manter a competitividade.
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