A ascensão de
Jordan Jegat foi uma das histórias marcantes da
Volta a França de 2025. O francês, de 26 anos, da
TotalEnergies, terminou em 10º lugar da geral depois de uma fuga na penúltima etapa o ter catapultado do 11º posto. Foi um salto significativo para um ciclista que, em 2024, havia ficado em 28º, confirmando-se como um dos melhores franceses na prova deste ano. O desempenho gerou muita atenção mediática e especulação sobre o seu futuro, especialmente em França.
“Comecei a andar de bicicleta quando era pequeno, porque o meu pai era atleta e desde então sempre quis transformar a minha paixão numa carreira, porque me dava alegria. Tornei-me profissional no ciclismo continental graças à minha equipa amadora, a CIC U Nantes Atlantique, subindo de nível em 2022 e juntando-me à TotalEnergies no ano passado”, contou Jegat à bici.PRO.
“Só fiz corridas de estrada. Experimentei um pouco de ciclocrosse, mas só por diversão. Para ser sincero, não era o melhor… Não. Concentrei-me imediatamente na estrada, melhorando ano após ano.”
O resultado surpreendeu adeptos e até o próprio.
“Honestamente, sempre preferi as corridas por etapas. Sempre gostei delas e quis continuar a melhorar, sobretudo nas provas curtas, porque sempre encontrei uma certa aptidão. Certamente, o meu desempenho global no Tour, uma corrida tão longa e difícil, surpreendeu-me.”
Jegat fez questão de destacar o papel da equipa:
“Tenho de agradecer aos meus colegas, que foram fantásticos. No início, pensei que era possível terminar entre os 20 primeiros e que talvez até ficar no top-15 fosse excelente. Depois, os resultados foram surgindo dia após dia. Fui subindo na classificação, acompanhando os mais fortes e vendo adversários a falhar. No final, encontrei-me numa posição completamente inesperada, que redefine todas as minhas perspectivas.”
Preparação meticulosa para o Tour
A abordagem para 2025 foi calculada.
“A equipa ajudou-me muito na minha preparação. Fizemos um estágio na Serra Nevada em maio e depois participei no Dauphiné sem objetivos concretos. Terminei em 14º e aí percebemos que lutar por uma boa classificação geral, sem ilusões, poderia ser um objetivo sólido. A equipa colocou-me no melhor estado mental para treinar e pude escolher o meu calendário antes da Volta a França.”
O impacto do seu resultado foi sentido de imediato.
“Sinceramente, não estava à espera de tanta atenção. Foi tanta a publicidade que ainda hoje recebo felicitações pelo Tour. É uma loucura, mas devo dizer que mesmo dentro da equipa, o meu lugar foi celebrado como se fosse uma vitória. Disseram-me que há 10 anos que a TotalEnergies não chegava a este nível na Volta, por isso é fantástico.”
Boa forma prolongada e olhos nos Mundiais
O rendimento manteve-se, com um 6º lugar no Tour de l’Ain.
“No início, queria ganhar, mas sabia que estava em boa forma. Por vezes, participamos sem saber exatamente como estamos. Depois do Tour, sentia que tinha a melhor condição física dos últimos tempos. Entre os que tinham a Volta nas pernas, eu era o melhor.”
O próximo grande objetivo é o Campeonato do Mundo.
“Espero realmente estar no Mundial. A equipa será decidida no início de setembro, por isso quero ter um bom desempenho nas corridas italianas nessa altura, convencendo o selecionador a dar-me uma oportunidade.”
Quanto ao futuro, Jegat mantém a porta aberta:
“Tenho contrato até ao próximo ano, por isso não é algo que me preocupe agora. Gostava de fazer outras Grandes Voltas que não o Tour, como a
Volta a Espanha ou a
Volta a Itália. Terminar no top-10 do Tour dá vontade de ir mais longe. E porque não noutra Grande Volta? Mas também me sinto muito bem na equipa, por isso até posso ficar. Depende das propostas que surgirem.”