Tiesj Benoot sobre a catástrofe táctica da Visma: "Eu queria muito vê-lo ganhar, mas foi uma decisão estúpida"

Tiesj Benoot mostrou esta quarta-feira a sua melhor forma da temporada na Dwars door Vlaanderen, numa corrida onde a Team Visma | Lease a Bike parecia ter tudo sob controlo. A formação neerlandesa lançou um ataque coletivo demolidor que apenas Neilson Powless conseguiu acompanhar. No entanto, o desfecho final foi inesperado e amargo: o norte-americano da EF venceu ao sprint e deixou Van Aert, Benoot e Jorgenson a reflectir sobre o que aconteceu e as decisões tomadas na corrida.

“Penso que fizemos uma grande corrida. Foi talvez a primeira vez nesta primavera em que conseguimos executar o plano praticamente na perfeição”, afirmou Benoot à Wielerflits. “Todos queríamos ver o Wout ganhar, especialmente depois do que aconteceu no ano passado.”

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A táctica parecia simples: controlar a corrida e levar Van Aert para o sprint final, onde, teoricamente, seria o mais rápido. Mas essa decisão, agora reconhecida como precipitada, acabou por custar caro. Em vez de lançarem ataques sucessivos para desgastar Powless, Benoot e Jorgenson sacrificaram-se a trabalhar na frente, apesar da vantagem segura em relação aos grupos perseguidores.

“Se olharmos para trás, devíamos ter atacado o Neilson nos últimos cinco quilómetros. Antes disso ainda era arriscado, os perseguidores não estavam assim tão longe. Mas quisemos tanto que o Wout ganhasse que acabámos por levar o Neilson connosco até à meta”, explicou o belga.

Questionado sobre a origem da decisão, Benoot foi transparente: “Foi algo que foi crescendo. O Matteo ganhou no ano passado, eu estive muito tempo com o Wout em Tenerife. Queria que ele ganhasse mais do que eu. Foi uma decisão estúpida. O Neilson esteve fortíssimo e merece receber todo o mérito pela vitória. Devíamos tê-lo atacado com mais convicção.”

Com Van Aert a sofrer de cãibras no momento decisivo, o sprint final foi dominado por Powless. Benoot cruzou a meta em terceiro lugar, atrás do seu líder e do vencedor, mas com a clara sensação de que a vitória esteve ao alcance da equipa.

“Finalmente conseguimos correr como gostamos. Estávamos à procura disso desde o início das clássicas, queriamos mostrar a nossa força coletiva. Hoje conseguimos. Só faltou finalizar”, concluiu.

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