Tobias Johannessen pede desculpa pelo momento que originou a queda de Tadej Pogacar durante a etapa 11 da Volta a França: "Cometi um erro"

Ciclismo
quinta-feira, 17 julho 2025 a 11:40
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Tobias Johannessen viu-se inesperadamente no centro das atenções após a dramática queda de Tadej Pogacar na 11.ª etapa da Volta a França de 2025. O norueguês da Uno-X, envolvido diretamente no incidente, foi duramente criticado nas redes sociais, apesar do esloveno ter regressado rapidamente ao pelotão e terminado a etapa sem perda de tempo ou ferimentos graves.
Consciente do impacto do momento, Johannessen publicou uma mensagem no X (antigo Twitter), onde expressou pesar pela situação e revelou a pressão emocional que tem sentido desde então: "Lamento imenso o que aconteceu ao Tadej Pogacar. Estava a tentar seguir um ataque e vi que estava demasiado perto. Pensei que toda a gente iria para a direita, mas cometi um erro e gostaria de pedir desculpa novamente. Espero que ele esteja tão bem quanto possível depois de uma queda destas."
Mas o ciclista norueguês foi mais longe, denunciando o abuso online de que tem sido alvo: "É claro que gostaria de voltar atrás e fazer tudo de forma diferente, mas não posso. É uma sensação de merda. E não desejo a ninguém a quantidade de ameaças que recebi. Lamento imenso, mas também estou aterrorizado com o ódio de todas as pessoas. Isto é muito assustador."
Apesar do escrutínio público, vozes experientes do ciclismo vieram em defesa de Johannessen. Um dos mais enfáticos foi David Millar, antigo vencedor de uma etapa no Tour e portador da Camisola Amarela, que analisou a queda em declarações ao ITV Sport. "Foi uma daquelas situações típicas no final de uma etapa nervosa, em que os ciclistas saltam de um lado para o outro. Johannessen veio da direita no momento em que Pogacar estava a olhar para a esquerda, talvez a seguir um movimento. As rodas encostaram-se. Não foi intencional."
Millar considera que o episódio resultou da dinâmica caótica do pelotão naquele tipo de final: "Pogacar estava a olhar para o lado oposto, talvez a seguir o ataque à direita, mas o seu corpo estava a inclinar-se ligeiramente para a esquerda. E Johannessen surge a cruzar para a direita. Talvez o norueguês pudesse ter sido um pouco mais prudente, sim, mas não creio que ninguém vá dizer: 'Foi uma loucura'. Foi apenas… uma queda estúpida, como tantas outras que já vimos."
O antigo ciclista britânico concluiu com o seguinte: "Naquela fase da corrida, com tantos ataques a acontecer, todos têm de estar super atentos. Talvez os dois tenham cometido um pequeno erro. É só isso. Não há vilões aqui."
O incidente, apesar de preocupante, terminou sem consequências físicas graves para Pogacar. No entanto, o impacto emocional em Johannessen é evidente e levanta uma vez mais a questão do comportamento dos adeptos nas redes sociais, sobretudo quando a crítica ultrapassa os limites do razoável.
Enquanto a corrida segue para as grandes montanhas, a mensagem é clara: o ciclismo é um desporto de risco. Muitas vezes com decisões tomadas em frações de segundo. Mas a empatia, dentro e fora da estrada, deve ser tão essencial quanto o fair-play no pelotão.
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