Tom Dumoulin muito critico com a FDJ por não apostarem em Demi Vollering: "Não puseram as vossas cartas na pessoa errada?"

A edição de 2025 da Amstel Gold Race feminina foi marcada por uma reviravolta táctica que surpreendeu muitos observadores. Entre eles, Tom Dumoulin, antigo vencedor do Giro, que não poupou críticas à FDJ-Suez e à sua abordagem à corrida, nomeadamente ao papel atribuído a Juliette Labous e Amber Kraak, em detrimento da líder habitual Demi Vollering.

Ao contrário do que era esperado, a corrida fugiu do controlo das grandes favoritas e foi moldada por um grupo de corredoras chamada de grupo das “sombras”, onde de forma surpreendente, a SD Worx marcava presença com três ciclistas, enquanto Vollering, uma das principais candidatas, ficava para trás.

“Não percebi nada. Tínhamos aquele grupo com mais de 20 ciclistas lá na frente, todas elas favoritas secundárias. Não tínhamos lá os grandes nomes”, comentou Dumoulin à NOS. “E mesmo assim vimos Amber Kraak da FDJ-Suez a puxar a fundo, com apenas Labous como colega e contra três da SD Worx, incluindo a Lorena Wiebes.”

Dumoulin não entendeu a lógica da equipa francesa ao assumir o controlo da corrida sem Vollering no grupo da frente e em inferioridade numérica. A tentativa de isolar Labous poderá ter parecido promissora, mas acabaria por se mostrar insuficiente.

“A Labous conseguiu largar a Wiebes no Geulhemmerberg, mas não foi sozinha. E o que vimos foi a corrida a fugir-lhes das mãos e ela acabou em quarto ao sprint. Resultado? Ficaram sem nada.”

Para o antigo ciclista, a FDJ-Suez deveria ter obrigado a SD Worx a assumir a corrida, tendo em conta a presença de três ciclistas dessa equipa no grupo dianteiro e o facto da sua líder não estar presente.

“Se tens três da SD Worx e a tua líder absoluta está atrás, podes e deves forçá-las a trabalhar. Mas não. A FDJ-Suez fez o trabalho por elas. Para ser honesto, não percebi mesmo nada.”

O desfecho da corrida reforçou a crítica de Dumoulin: Demi Vollering acabaria por se destacar no grupo onde iam as grandes favoritas, cruzando a linha de meta isolada, mas demasiado tarde, no entanto, para disputar a vitória.

“Ela atacou no Cauberg e chegou à meta com ligeira vantagem sobre o grupo. A Vollering pareceu ser a mais forte das favoritas.”

Dumoulin termina com uma pergunta que fez eco no pós corrida: “Não apostaste as tuas cartas na pessoa errada? Estou muito curioso para ouvir o que o Lars Boom tem a dizer sobre isto.”