A Lotto Cycling Team oficializou uma nova parceria com a equipa de ciclocrosse Deschacht-Hens-FSP, com efeitos imediatos e consequências já visíveis no pelotão. O primeiro fruto dessa colaboração será a integração do veterano Toon Aerts no alinhamento da Lotto para a campanha de estrada.
Aerts, de 31 anos, passará a vestir as cores da formação belga ao longo das próximas provas de estrada, num movimento que visa dar continuidade à sua transição progressiva entre o ciclocrosse e o ciclismo de estrada. Embora o acordo seja, para já, apenas verbal, já está agendada uma reunião com o diretor desportivo Kurt Vande Wouwer para definir o calendário competitivo e afinar os pormenores contratuais.
Natural de Malle, Aerts traz consigo um palmarés notável no ciclocrosse. Foi campeão europeu em 2016, vestiu a camisola de campeão belga em 2019 e venceu por duas vezes a classificação geral da Taça do Mundo de Ciclocrosse da UCI, cimentando o seu estatuto entre os especialistas da disciplina.
A aposta na estrada surge numa fase de relançamento da carreira, após um período de suspensão e retorno competitivo no ciclocrosse. Aerts tem-se mostrado competitivo e a sua experiência em terrenos técnicos e intensos poderá ser uma mais-valia para a Lotto, especialmente em corridas com perfil acidentado ou em provas de um dia com secções de paralelos e constantes mudanças de ritmo.
A ligação com a Lotto também reforça a tradição belga de mobilidade entre o ciclocrosse e a estrada, como já se viu com nomes como Wout van Aert, Tom Meeusen ou Eli Iserbyt. A inclusão de Aerts promete acrescentar profundidade e versatilidade ao bloco da Lotto para a segunda metade da temporada.
Espera-se que Aerts se estreie nas próximas semanas em corridas do calendário ProSeries ou em provas nacionais de prestígio, onde poderá voltar a encontrar o seu ritmo competitivo em pelotões densos e com elevado nível de exigência tática.
Esta nova aliança entre estrada e ciclocrosse poderá abrir portas a mais movimentações semelhantes entre equipas de disciplinas distintas — numa altura em que o ciclismo moderno valoriza cada vez mais a polivalência e a capacidade de adaptação entre terrenos.