Lance Armstrong dominou o ciclismo no final dos anos 90 e na primeira metade dos anos 2000. No entanto, após a explosão do maior caso de
doping da história do ciclismo, o americano perdeu tudo o que conquistou a partir de 1998. Nomeadamente as 7 vitórias consecutivas na Volta a França, que constituíam um marco quase inigualável.
Do total de vitórias que alcançou, restam apenas 24, sendo as mais importantes o Campeonato do Mundo de 1993, duas etapas do Tour, uma Clásica San Sebastian e outra Flèche Wallonne. Em 1998, assinou com a US Postal e começou a dar nas vistas. Aí conheceu Tyler Hamilton, um compatriota de alto nível, que também consumiu estupefacientes e esteve suspenso de 2004 a 2006.
Vencedor de 2 edições da Volta à Romandia, de 1 Liège-Bastogne-Liège e de 1 Critérium du Dauphiné, uma etapa no Tour e outra na Volta à Itália de 2002, onde terminou em segundo lugar na geral. Teve uma carreira interessante, mas longe da do seu colega de equipa. Num podcast chamado "The Roadman", Hamilton falou recentemente de todo o escândalo.
"Odiava transfusões, quer o sangue entrasse ou saísse. No início, disseram-me que era para cuidar do meu corpo, que era para a minha saúde. Estava ali sentado e pensava: 'O que estou a fazer? Isto é de loucos. A partir de 1998, tudo era escondido e extremamente perigoso... Arregaçamos as mangas, esforçamo-nos e empurramo-lo para o fundo da nossa mente'".
"Pensava que era o que precisava para competir, toda a gente pensava. Tomei o que toda a gente tomou: EPO, testosterona, transfusões de sangue... Não guardo rancor", acrescenta Hamilton. "A vida é muito melhor quando se perdoa. Ele [Armstrong] passou por muitas coisas que eu não sabia, incluindo o facto de ter sido intimidado pelo padrasto. Quando o compreendi, senti empatia e compreendi o que ele estava a fazer".