"Uma humilhação tão grande" - Especialista holandês sobre a derrota de Pogacar contra Remco Evenepoel no mundial de CRI

Ciclismo
segunda-feira, 22 setembro 2025 a 11:00
photo-collage (1)
O Campeonato do Mundo de contrarrelógio em Kigali ficará para a história como um dos maiores contrastes entre dois gigantes do ciclismo moderno. Remco Evenepoel voou para o seu terceiro título consecutivo, enquanto Tadej Pogacar, campeão do mundo em título de estrada, foi apanhado em pleno percurso pelo belga – um momento tão simbólico quanto inesperado.
No podcast In de Waaier, o jornalista Thijs Zonneveld não poupou nas palavras ao analisar a prova: “Que lista dececionante de participantes. Se viste o contrarrelógio, não valeu a pena. A primeira metade... pensei: ‘Que raio estava eu a ver?’ Mas depois a atenção voltou-se para o elefante na sala. C’um caraças, ele era tão bom. Deve ter doído. Evenepoel começou como se estivesse num foguetão. O facto de Pogacar ser ultrapassado por um ciclista que partiu 2:30 depois dele... isso é icónico.”

O contraste de calendários

Para Zonneveld, a diferença não está apenas no talento ou no dia de forma, mas no planeamento da temporada. Pogacar manteve-se competitivo desde março, brilhando nas Clássicas da primavera, na Volta a França e no GP de Montréal, onde ainda mostrou grande nível. Mas essa intensidade pode ter-lhe retirado frescura: “Ele passou de um grande objetivo para outro e perdeu um pouco o fôlego.”
Já Evenepoel, depois de um Tour dececionante e interrompido, orientou o final da época para o Mundial. O pico de forma chegou na altura certa, transformando o contrarrelógio em Kigali numa exibição quase perfeita.

A questão do Canadá

Outro fator apontado por Zonneveld foi a escolha de Pogacar de competir no Canadá pouco antes do Mundial: “Compreendo que aquelas corridas no Canadá são úteis, semelhantes ao percurso do Campeonato do Mundo. Mas isso também significa duplo jet lag. Pergunto-me até que ponto essas corridas foram a preparação ideal.”

Pogacar ainda pode surpreender

Apesar da derrota pesada, Zonneveld recusa descartar o esloveno para a prova de fundo: “Ele não é imbatível, não está no seu melhor. Mas continua a ser o Pogacar. Pode ganhar, partir sozinho nas últimas voltas e conquistar a vitória. Só que hoje vimos claramente que não está no nível mais alto.”
O duelo entre Evenepoel e Pogacar, que deveria equilibrar-se nos dois esforços contra o cronómetro, virou massacre em Kigali. Mas no próximo domingo, nas ruas e subidas em torno da capital do Ruanda, será a estrada aberta a decidir se este Mundial terá continuidade no domínio belga ou se o campeão do mundo em título reencontrará a sua melhor versão.
aplausos 0visitantes 0
loading

Últimas notícias

Notícias populares

Últimos Comentarios

Loading