Rigoberto Urán esclareceu as raízes do abrandamento na produção de ciclistas de topo pela Colômbia. Numa análise franca e crítica, Urán identificou os factores cruciais que têm limitado o progresso dos jovens talentos no país.
Uma das principais preocupações levantadas por Urán é a falta de investimento nas bases do ciclismo colombiano. O vice-campeão do Giro de 2014, afirmou com veemência que, embora haja potencial em termos de talento, esse potencial muitas vezes não é aproveitado devido à falta de recursos e apoio nas fases de formação. Urán enfatizou a necessidade de canalizar o investimento social para nutrir adequadamente os jovens ciclistas e oferecer-lhes oportunidades de crescimento, sem sobrecarregá-los com pressões excessivas.
A questão da nutrição é outro ponto crucial que Urán destaca. Ele observa que muitos jovens ciclistas e atletas na Colômbia são frequentemente limitados por uma alimentação insuficiente, chegando a comer apenas uma vez por dia. Urán sublinha que a nutrição influencia diretamente o desempenho desportivo e salienta que a falta de apoio atinge alguns atletas, dificultando o seu desenvolvimento global. "Rigo" considera-se afortunado por ter tido mais recursos e apoio na sua carreira.
Urán expõe uma realidade dura ao descrever a diferença entre o ciclismo colombiano e o europeu em vários aspectos. Urán sublinha que, na Europa, o ciclismo está a avançar a grande velocidade, com ênfase na técnica, na nutrição e na profissionalização precoce. À medida que as equipas europeias se tornam mais competitivas, a paciência esgota-se rapidamente. Urán observa que esta diferença também afeta países tradicionalmente poderosos no ciclismo, como a Espanha e a Itália.
A diferença nos métodos de treino, tecnologia, aconselhamento nutricional e outros elementos essenciais entre a Europa e a Colômbia é evidente. O ciclista da EF Education - EasyPost observa que, na Europa, os jovens ciclistas são treinados com padrões profissionais desde cedo, com a disponibilidade de recursos como nutricionistas pessoais e medidores de potência. Em contrapartida, na Colômbia, a falta de recursos económicos e tecnológicos limita o potencial de desenvolvimento dos ciclistas.
"Rigo" conclui que as disparidades entre o ciclismo colombiano e o europeu são notáveis e complexas de ultrapassar. Embora o modelo europeu tenha provado ser eficaz no desenvolvimento de talentos desde tenra idade, o investimento necessário para o implementar na Colômbia é significativo.
Rigoberto Urán reconhece que não é realista esperar que os jovens ciclistas colombianos tenham acesso a todas estas ferramentas avançadas se não houver recursos suficientes disponíveis em casa. Esta realidade coloca desafios cruciais para o desenvolvimento sustentável do ciclismo de alto nível na Colômbia, no meio de uma situação económica e social complexa.