A emblemática última etapa da
Volta a França vai deixar de ser o tradicional desfile até Paris seguido de um sprint nos Campos Elísios. Em 2025, os organizadores decidiram dar um novo fôlego ao desfecho do Grand Boucle, acrescentando a subida empedrada de Montmartre — uma homenagem ao emocionante final da corrida olímpica de estrada dos Jogos de Paris 2024.
No entanto,
Wout van Aert não está convencido. Em declarações ao Het Nieuwsblad, o belga foi direto nas críticas à nova configuração da etapa 21: "O percurso em si deve agradar a mim ou a outros ciclistas clássicos. Mas eu não sou um grande fã disto. Pode ser uma etapa muito perigosa desta forma."
A subida a Montmartre será feita três vezes, com a última passagem a apenas 6 km da meta, antes da tradicional chegada aos paralelos dos Campos Elísios. Van Aert, que brilhou nessa mesma colina durante os Jogos Olímpicos, alerta que o contexto agora é totalmente diferente: "Chegámos ao sopé de Montmartre com um grupo de 50 ciclistas [nos Jogos]. Agora, um pelotão completo do Tour vai ter de o atravessar ao mesmo tempo."
Com classificação geral ainda em aberto até ao último dia, a tensão será inevitável, e Van Aert teme um pelotão comprimido a lutar por cada segundo num espaço apertado e técnico: "Se formos mandados para as mesmas ruas estreitas que existem antes da subida, espero um caos no pelotão. É uma pena que estejamos à procura de algo assim."
Apesar de reconhecer o ambiente "fantástico" vivido em Paris durante os Jogos, Van Aert considera que a segurança deveria prevalecer sobre o espetáculo: "A segurança é um tema ainda mais importante este ano e a organização não parece ter isso em conta com esta decisão."
Com Jonas Vingegaard e Remco Evenepoel também já a expressarem reservas, o debate está longe de terminar. O que para muitos fãs poderá ser um final emocionante e imprevisível, para os ciclistas representa um risco real em nome da inovação.