Van Aert queria correr a Gent-Wevelgem, mas a Visma disse não: “Os números falaram mais alto”

Ciclismo
quinta-feira, 03 abril 2025 a 11:00
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Mais uma vez, Wout van Aert está sob os holofotes, e, mais uma vez, não pelas razões que desejaria. Depois de um desempenho animador, mas sem prémio, na Dwars door Vlaanderen, o ciclista da Visma | Lease a Bike viu crescer o escrutínio sobre a sua forma — e sobre as decisões tomadas nos bastidores.

Segundo o Het Laatste Nieuws, Van Aert expressou o desejo de alinhar na Gent-Wevelgem, numa tentativa de reencontrar sensações positivas e recuperar confiança antes da Volta à Flandres. No entanto, o pedido foi recusado pela própria equipa, que decidiu privilegiar a recuperação e os dados fisiológicos, deixando de lado o impulso competitivo do belga.

"Para a cabeça e para a moral, o Wout ainda queria alinhar em Gent-Wevelgem", relata o HLN. "Ele sabia que não tinha estado ao nível desejado na E3 Saxo Classic e começou a duvidar do seu estado para os grandes objetivos da primavera."

O contexto da decisão é relevante. Gent-Wevelgem não fazia parte do calendário de Van Aert nem em 2024 nem em 2025, por norma devido ao desgaste fisiológico que se manifesta alguns dias após o regresso de estágios em altitude. Ainda assim, Van Aert viu nesta corrida uma oportunidade de desbloqueio emocional e técnico. A ausência de um colega doente até abriu espaço para uma eventual chamada de última hora, mas a resposta da equipa foi negativa.

A decisão coube a Mathieu Heijboer, treinador de Van Aert e Diretor de Desempenho da Visma. Os números — e não as emoções — foram decisivos.

"Acrescentar uma corrida extra como último recurso nem sempre dá bom resultado", explicou o diretor desportivo Grischa Niermann. "Analisamos os dados após Harelbeke. Se os números mostrassem que algo faltava, talvez fosse diferente. Mas a avaliação foi clara: o Wout beneficiaria mais com um pouco de frescura."

Esta escolha revela a tensão clássica entre ciência e sensibilidade no ciclismo de alto nível. Van Aert, conhecido pela sua dedicação e polivalência, queria agir pelo instinto. A equipa, focada em otimizar picos de forma, preferiu a prudência.

Com a Volta à Flandres e o Paris-Roubaix ao virar da esquina, o belga não terá mais margem para erros ou hesitações. E embora os números digam que a recuperação era o caminho certo, o coração do ciclista — e dos seus fãs — talvez continue a questionar o que teria acontecido se a emoção tivesse levado a melhor.

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