A 18ª etapa da
Volta a Espanha 2025, agendada para esta quinta-feira, promete ser decisiva. O contrarrelógio individual em Valladolid estava programado para ter 28 quilómetros, mas foi encurtado para cerca de 12 em consequência dos protestos anti-Isreal. Mesmo assim, é visto como uma oportunidade de ouro para
Daan Hoole, campeão neerlandês da especialidade, que sonha com uma dobradinha após já ter vencido um exercício semelhante na Volta a Itália no início da época.
A crescente ameaça dos protestos
Os incidentes começaram logo na 5ª etapa, no contrarrelógio coletivo, quando a Israel - Premier Tech foi diretamente visada e obrigada a parar quase por completo devido à invasão da estrada por manifestantes. Apesar de os tempos terem sido ajustados posteriormente, a credibilidade da competição ficou afetada. Desde então, a contestação intensificou-se, com episódios sucessivos que têm aumentado a tensão no pelotão.
Hoole, de 26 anos, não escondeu a preocupação em declarações à NOS. "Devo dizer que está a tornar-se cada vez mais hostil, e também cada vez mais irritante. Mas está a piorar, simplesmente já não podemos fazer uma corrida de ciclismo. No início, começou com pessoas com bandeiras nas laterais, o que é ótimo. É um direito deles, claro, manifestarem-se. Mas agora está a tornar-se cada vez mais hostil e extremo".
"Está a tornar-se desagradável para o pelotão"
O ciclista da Lidl-Trek descreveu momentos de grande tensão ao longo das etapas. "Já tivemos várias ocasiões em que, ao passar por hordas de pessoas, vimos a agressividade nos seus olhos. Depois pensamos: o que podemos fazer agora? Claro que há uma equipa que pedala com o apoio de Israel, mas para o resto do pelotão, a situação está a tornar-se muito desagradável".
Hoole venceu de forma surpreendente o CRI da Volta a Itália
Apelo à segurança dos corredores
Apesar da apreensão, Hoole fez questão de sublinhar que não é contra os protestos em si, mas pede que não interfiram diretamente com o pelotão. "Não tenho necessariamente medo e acho que toda a gente tem o direito de protestar. Mas tem de ser seguro e feito corretamente. Não me parece que seja a forma correta. Também não percebo muito bem porque é que temos de sofrer as consequências".