A época de 2026 ainda nem começou, mas a excitação entre os fãs de ciclismo já está a crescer rapidamente. As últimas semanas trouxeram uma vaga de transferências sonantes, estreias há muito aguardadas e corridas importantes que prometem moldar o próximo ciclo da modalidade.
Um evento que já concentra atenções é o
Campeonato do Mundo de Estrada de 2026, em Montreal, uma edição talhada para os melhores e mais explosivos trepadores do pelotão.
O percurso canadiano será praticamente idêntico ao traçado usado todos os anos no GP Montreal, prova WorldTour onde Tadej Pogacar tem brilhado de forma consistente. O esloveno deverá regressar aos Mundiais com o objetivo de um terceiro arco-íris consecutivo, feito que seria mais um marco histórico, mesmo pelos seus padrões na UAE Team Emirates - XRG.
Enfrentar a profundidade do coletivo da Eslovénia será um desafio maior, mas, apesar de a corrida ainda estar longe,
Alejandro Valverde já tem clara a abordagem e a liderança de Espanha.
Valverde faz balanço do primeiro ano como selecionador de Espanha
Valverde sabe o que é ser campeão do mundo de estrada, conquistou esse título em 2018, em Innsbruck
Em declarações à EFE, Valverde avaliou a sua primeira temporada como selecionador nacional e revisitou a prestação da equipa no Campeonato do Mundo em Kigali.
“Com os rivais que tínhamos, apontávamos a um top-10 no Campeonato do Mundo e conseguimos isso com o
Juan Ayuso, que esteve sempre ao ataque. O Juan chegou a lutar de perto pelas medalhas. O balanço global é bom, mas, claro, é possível melhorar”,
disse Valverde em declarações recolhidas pela Eurosport.
A convocatória de Espanha não esteve isenta de complicações. As lesões de
Carlos Rodriguez e Enric Mas, embora este último já tivesse abdicado dos Mundiais por motivos pessoais, limitaram as opções de Valverde e deixaram pouca margem para variações táticas.
“Contava com o Carlos Rodriguez para o Campeonato do Mundo, mas ele teve um ano muito difícil, com quedas e lesões. Tem um nível muito alto, mas precisa que a má sorte deixe de o perseguir. Vou continuar a contar com ele”, acrescentou Valverde, indicando que o ciclista de Almuñécar deverá integrar os planos de Espanha para o Canadá.
Juan Ayuso apontado como líder para Montreal
Olhando para Montreal 2026, Valverde acredita que Espanha tem margem clara de progressão e já definiu o seu ponto focal.
“Na categoria elite, o Juan Ayuso mostrou, tanto no Campeonato do Mundo como no Campeonato da Europa, que pode lutar por medalhas. Temos de o apoiar. O Campeonato do Mundo de 2026 pode assentar-lhe bem”, explicou Valverde.
O selecionador espanhol destacou ainda a profundidade que surge atrás de Ayuso, apontando para uma forte linha de talento que sobe dos escalões júnior e sub-23.
“Está a despontar uma geração muito boa”, afirmou Valverde, citando Hector Alvarez e Benjamin Noval como corredores que pressionam forte nas camadas jovens.
Com o exigente percurso de Montreal já conhecido e a liderança agora bem definida, o roteiro de Espanha para o Campeonato do Mundo de 2026 começa a ganhar forma com grande antecedência.