Vicente Belda falou de Miguel Ángel López e Marcos Maynar: "Fico a pensar que me montaram uma armadilha para levar o produto para a Hungria"

Ciclismo
terça-feira, 12 novembro 2024 a 17:28
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Vicente Belda, antigo director de Miguel Ángel López na equipa Astana, falou sobre a sua versão do que aconteceu com o ciclista colombiano e da Operação Ilex e Marcos Maynar numa entrevista à Marca. A parte principal da conversa focou-se na resposta que deu no seu depoimento em tribunal, quando disse que tinha sido vítima de uma armadilha. E foi aqui que entrou em jogo o nome de Miguel Ángel López:

"O Miguel Ángel telefona-me e diz-me que me vai enviar uma encomenda com suplementos para levar para o Giro, porque ele está em Andorra e a encomenda não chega a casa a tempo. Quer que eu lha entregue. Em princípio, não me oponho, porque era uma coisa normal. Os ciclistas, que muitas vezes estão longe de casa ou do seu país, enviam coisas para que as levem para sua casa. Nessa semana recebi géis de uma marca, sais de outra... Não pensei muito nisso. Pensei que era um suplemento que tinham recebido. Quando na véspera de ir para a Hungria estava a preparar a minha mala para ir para o Giro, vi que eram ampolas e deitei-as fora. Ao ver as conversas posteriores entre os dois (Maynar e Lopez), fico a pensar que me armaram uma cilada para levar o produto para a Hungria".

Depois, afirma que quando a encomenda chegou viu que eram ampolas e que as deitou fora porque não se podem transportar medicamentos que não sejam da equipa (recorde-se que tanto Belda como López estavam na Astana na altura). "Não sei o que é que me vem à cabeça. Quando vejo que são ampolas, deito-as fora porque o seu transporte é proibido pela equipa. Embora sejam legais, tinhamos regras internas na equipa em que é proibido transportar qualquer tipo de medicamento. Assim que vejo que são ampolas, deito-as fora. Não corro riscos!"

Diz que o "Superman" Lopez, como é conhecido, lhe disse que o conteúdo dos pacotes não era ilegal. "O Superman chegou no mesmo dia em que eu cheguei. Durante essa mesma semana, perguntou-me se eu lhe tinha trazido os suplementos. Eu disse-lhe que sim, mas não a última embalagem porque eram ampolas e eu não as podia transportar. Ele disse-me que não sabia o que era a embalagem, mas que não era ilegal. Disse-me: "Não te preocupes, não é nada de ilegal". Não arrisquei. Deitei-os fora e pronto. Foi rápido porque ele chegou à Hungria já lesionado e estava mais preocupado com a lesão do que com a suplementação".

No entanto, afirmou que o corredor colombiano já estava lesionado quando chegou à Hungria e que não tomou qualquer injeção no país.

"Algo no quadríceps do lado esquerdo. Uma semana mais ou menos depois, fez uma ecografia que revelou uma rotura muscular. Quando aterrou na Hungria, estava mais preocupado com a lesão do que com as mochilas. Já estava lesionado quando chegou à Hungria. Não é como muitos dizem, que eu lhe dei uma injeção. Suspeitámos que fosse a mesma lesão de outras vezes".

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