Visma analisa quedas de Van Aert: “Não é só azar”

Ciclismo
quarta-feira, 02 abril 2025 a 13:15
woutvanaert

A temporada de 2024 de Wout van Aert foi marcada por um ciclo quase interminável de quedas e lesões. Mais do que limitar os seus resultados, esses episódios travaram sistematicamente a sua progressão física e fragilizaram a sua confiança. A sucessão de azares foi tão evidente que a Team Visma | Lease a Bike decidiu, internamente, fazer uma análise mais profunda.

“Aconteceu demasiadas vezes para podermos continuar a atribuí-lo apenas ao azar”, reconheceu o diretor desportivo Mathieu Heijboer em declarações à NOS. “A queda no Dwars door Vlaanderen do ano passado era inevitável, mas, por exemplo, na Volta a França, ele seguia sozinho na frente e avaliou mal uma curva. Se estivesse mais concentrado, poderia ter feito a curva sem problemas.”

A queda mencionada por Heijboer — precisamente na corrida que se realiza esta quarta-feira — foi o início de uma espiral de infortúnios. Van Aert falhou a Volta à Flandres, Paris-Roubaix e a Volta a Itália. Regressou para a Volta a França e voltou a cair. Depois, nos Jogos Olímpicos, estava ao lado de Mathieu van der Poel nas subidas antes de sofrer nova queda. Mesmo quando finalmente parecia recuperar a sua melhor forma, na Vuelta a España, voltou ao chão — isto depois de vencer três etapas e de vestir tanto a camisola por pontos como a da montanha até à última semana.

Não foi apenas o corpo que sofreu: mentalmente, Van Aert nunca pareceu verdadeiramente tranquilo em 2024 — e a hesitação tem sido notória neste início de época.

“Nos Jogos Olímpicos, por exemplo, estava no grupo com Van der Poel. Foi o único a cair num ponto que já conhecia bem. Como é possível?”, questiona Heijboer. “Houve claramente uma falha de concentração naquele momento.”

Esta quarta-feira, no Dwars door Vlaanderen, Van Aert terá uma das suas últimas oportunidades para mostrar sinais encorajadores antes da Volta à Flandres. A sua prestação na E3 Saxo Classic deixou dúvidas, após não conseguir acompanhar os melhores.

“Ele conseguiu descansar bem e sente-se melhor agora. Mas, como sabemos, as clássicas são um mundo à parte. São corridas impossíveis de replicar em treino”, conclui Heijboer.

aplausos 0visitantes 0
Escreva um comentário

Últimas notícias

Notícias populares

Últimos Comentarios