Jonas Vingegaard confirmou este sábado a vitória na
Volta a Espanha 2025. No derradeiro topo da corrida, na 20ª etapa, o dinamarquês da Team Visma | Lease a Bike não só defendeu a camisola vermelha como a consolidou em grande estilo, impondo-se nas duríssimas rampas da Bola del Mundo.
A etapa decisiva ganhou vida logo desde os primeiros quilómetros, com ataques a sucederem-se na primeira subida. Filippo Ganna e Egan Bernal foram os primeiros a dar sinal pela INEOS Grenadiers, mas o pelotão rapidamente anulou a tentativa.
Com tanto em jogo, a luta pela fuga foi intensa. Uma manobra numerosa ganhou forma no Puerto de la Paradilla, segunda ascensão do dia, reunindo cerca de 35 ciclistas. Nem a Emirates, nem a Visma estavam representadas, obrigando o pelotão da camisola vermelha a manter a distância controlada.
A frente de corrida reunia nomes sonantes: Giulio Ciccone, Julien Bernard e Mads Pedersen (Lidl-Trek), Bernal e Brandon Rivera (INEOS), Mikel Landa (Soudal-Quick Step), Santiago Buitrago e Jack Haig (Bahrain Victorious), Lorenzo Fortunato, Fausto Masnada e Harold López (XDS Astana Team), além de caçadores de etapas como Jesús Herrada, Stefan Küng, Bruno Armirail e Rudy Molard.
A 130 km da meta, a fuga tinha apenas um minuto de avanço, com Mikkel Bjerg e Ivo Oliveira a imporem ritmo pela Emirates. A Red Bull - BORA - Hansgrohe juntou-se à perseguição, demonstrando que ambas as equipas queriam corrida dura.
Pedersen foi o primeiro a ceder na frente, mas o grupo manteve-se compacto, com 1:30 de vantagem antes do Alto del León (6,9 km a 7,5%). No cume, a diferença aumentara para dois minutos, mas a Emirates e a Bora continuavam implacáveis na perseguição.
A 70 km do final, a margem caiu para 1:25. Todas as atenções estavam já voltadas para o Puerto de Navacerrada, penúltima subida da etapa.
Foi aí que a corrida explodiu. Na frente, apenas dez homens resistiam: Bernard, Ciccone, Landa, Bernal, Jardi Van der Lee, Armirail, López, Afonso, Dunbar, Aparicio e Jan Hirt. No grupo da geral, a Red Bull ditava o ritmo, com Ayuso a endurecer ainda mais a seleção. No topo, Jay Vine confirmou a camisola da montanha, uma vez que Vingegaard não pontuou.
Protestos voltam a marcar a etapa
A 15 km do fim, novo episódio extradesportivo: manifestantes bloquearam a estrada. Os ciclistas passaram, mas os carros e parte do comboio ficaram parados, gerando confusão. Alguns perseguidores chegaram mesmo a parar completamente.
Na frente, a corrida prosseguia. Landa atacou, mas foi apanhado por Ciccone, que seguiu isolado. Bernal e Van der Lee perseguiam a 15 segundos, enquanto o pelotão, sempre controlado pela Emirates, mantinha a diferença em torno de um minuto.
Nos últimos 7 km, Landa chegou a Ciccone e os dois lideravam com 40 segundos sobre um pelotão reduzido. Vine comandava, mas no grupo da geral Pellizzari começava a ceder, animando as aspirações de Pidcock ao pódio e fortalecendo Riccitello na luta pela camisola branca.
A 5 km da meta, a diferença caiu para 25 segundos. Almeida aguardava a oportunidade, mas o ritmo de Vine era demasiado alto. A 3 km do fim, os fugitivos foram alcançados. O australiano saiu da frente e o português assumiu o ritmo, apenas com 4 ciclistas a conseguirem segui-lo.
Hindley tentou surpreender, forçando Pidcock a sofrer na luta pelo pódio. A 1,5 km da chegada, o grupo da geral resumia-se a Hindley, Vingegaard, Almeida, Pidcock e
Sepp Kuss.
Foi já dentro do último quilómetro que Vingegaard atacou de forma decisiva. O dinamarquês abriu imediatamente espaço e seguiu isolado para a vitória na etapa, a primeira enquanto camisola vermelha. Kuss garantiu a dobradinha da Visma e Hindley fechou o pódio.
João Almeida, cabisbaixo, foi 5º.
Com esta exibição na Bola del Mundo, Jonas Vingegaard selou em definitivo a sua primeira conquista da Vuelta e a terceira vitória em Grandes Voltas da carreira. João Almeida vai terminar num fantástico 2º lugar, o seu segundo pódio em grandes voltas na carreira, parabéns João!!