O caos reinou na penúltima etapa da Volta a Portugal Feminina. 92,5 km entre Torres Vedras e Póvoa de Santa Iria, uma etapa curta mas que serviu de palco perfeito para um autêntico festival de ataques que marcou o dia. India Grangier atacou na última subida categorizada do dia, juntamente com Titia Ryo e Nicole Steinmetz. Esta iniciativa acabou por ter sucesso e a francesa da Team Coop-Repsol levou a melhor, garantindo a etapa e a liderança na classificação geral á entrada do contrarrelógio final, de 12,2 km, em Lisboa.
A jornada ficou marcada por diversas tentativas de fuga, com equipas com importância para a luta pela camisola amarela a colocarem ciclistas na frente. Foi o caso da COOP, da DAS-Hutchinson-Brother-UK e da Arkéa - B&B Hotels. A primeira movimentação ocorreu com 20 km percorridos, quando um grupo de 6 ciclistas, nomeadamente Grangier e Michaela Drummond foi para a frente e chegou a rodar com alguns segundos de vantagem, num esforço que acabaria por não dar em nada, com o sexteto a ser engolido pelo pelotão.
5 quilómetros depois, saltavam 11 mulheres para a frente, incluindo a campeã nacional, Daniela Campos, India Grangier, Océana Mahé, Lucy Lee e Maryna Althukova (da Matos Mobility). Tiril Jørgensen, da COOP, ainda fez a ponte para o grupo que chegou a ter 20 segundos para o pelotão, mas passados cerca de 15 km, as fugitivas eram reintegradas no grupo principal.
A Arkéa não desistia e continuava a tentar criar uma fuga com Drummond. Foi apenas a menos de 50 km do final que Océane Mahé se conseguiu distanciar. A francesa começou o dia no 6º lugar da geral, a 21 segundos, mas foi ganhando uma vantagem considerável para o pelotão e chegou mesmo a ter uma margem de 1 minuto e 15 segundos.
Na contagem de 3ª categoria, em Sobral de Monte Agraço, India Grangier, Titia Ryo e Nicole Steinmetz saíram do pelotão e ficaram em posição intermédia, com a francesa da COOP a garantir a vitória virtual na classificação da montanha. A 17 km do fim, houve junção entre o trio e Océane Mahé, com Steinmetz a ser a única no grupo a não ser uma ameaça na geral (a mais de 1 minuto e meio de Frankie Hall).
Dentro dos últimos 10 quilómetros, Mahé cedeu com Steinmetz a seguir o mesmo caminho pouco depois, com India Grangier a superar Titia Ryo para conquistar a vitória de etapa que teimava em escapar.
Grangier é agora camisola amarela da Volta a Portugal Feminina antes da última etapa, um contrarrelógio de 12,2 km em Lisboa. A ciclista francesa tem 7 segundos de vantagem para Ryo, 27 para Frankie Hall e 38 para Daniela Campos (que ficou no 5º lugar da etapa).
Campos vai para a última etapa com a possibilidade de se tornar a 2ª portuguesa a conquistar a Volta a Portugal Feminina, depois de Raquel Queirós, em 2021. Muita atenção também a Stina Kagevi (sobretudo para a vitória na etapa, está com minuto e meio de atraso na geral), a Lucy Lee e a a Océane Mahé que estão a 53 e 58 segundos da camisola amarela, respetivamente.