Muito se tem falado sobre as exibições de
Chris Froome nos últimos tempos, uma vez que o ciclista de 38 anos luta para recuperar a sua melhor forma desde a queda que pôs em risco a sua carreira. No entanto, para o antigo colega de equipa de Froome,
Wout Poels, enquanto o britânico estiver a gostar, não existe motivo para Froome ser obrigado a desistir.
"É sempre tão fácil para as pessoas dizerem que ele se devia reformar, que já ganhou dinheiro suficiente, coisas desse género, mas se é a sua paixão e ainda gosta de correr e de campos de treino, quem somos nós para dizer que ele deve parar?" explica Poels em conversa com a GCN. "Só se pode parar uma vez".
Poels trabalhou em estreita colaboração com Froome durante os dias da Team Sky, ajudando o britânico a conquistar várias vitórias em Grandes Voltas. "Se eu faria o mesmo, não sei, mas parece que ele ainda está a gostar", diz sobre o seu antigo líder de equipa. "É triste, claro, que ele não tenha voltado a subir de nível depois da queda. Se ele gosta de o fazer, quem somos nós para dizer que ele deve parar?"
Embora Poels tenha desempenhado um papel de gregário durante a maior parte da sua carreira, Poels venceu etapas na Volta à França e na Volta à Espanha este ano. "Sempre quis ganhar uma etapa [nas Grandes Voltas], mas na Team Sky estava sempre a trabalhar. Gostei disso, mas agora é bom ter objetivos pessoais. Foi também por isso que, há quatro anos, vim para esta equipa, para conseguir estas coisas", avalia. "Cada vez se fica mais velho, por isso é muito bom riscar isto da lista."
Apesar disso, Poels não se arrepende do tempo que passou a trabalhar para outros. O neerlandês também se recusa a excluir a hipótese de disputar a corrida para a meta principal em 2024. "Talvez, mas também vejo do que precisas para ser um corredor de geral. Por vezes, na Sky, as pessoas diziam que eu precisava de ir para a geral porque estava a subir com os melhores, mas também podia tirar alguns dias de folga e recuperar nas corridas", explica.
"Também é bastante exigente e não me arrependo porque tinha outras coisas", conclui Poels. "Fui lá com Froome nos seus bons velhos tempos. Foi uma humildade ajudar um ciclista tão grande. Não me arrependi, propriamente."