Wout van Aert terá este domingo, nas ruas de Paris, a última oportunidade para quebrar um jejum de vitórias em etapas na
Volta a França que já dura há três anos. O belga da
Team Visma | Lease a Bike voltou a tentar fazer parte da fuga na 20.ª etapa, mas acabou por falhar a missão e viu a vitória escapar para Kaden Groves, restando-lhe agora uma última carta para jogar numa chegada final que não seguirá o tradicional guião dos Campos Elísios. Com a inédita inclusão da subida de Montmartre no percurso, a etapa pode encaixar-se melhor nas suas características.
"Foi mais um começo difícil e, na primeira parte da etapa, não tive as pernas que esperava", admitiu Van Aert ao Het Laatste Nieuws. "Tentei algumas vezes, mas não consegui entrar na fuga." O belga descreveu a frustração de se ver apanhado entre grupos, à medida que a corrida ganhava forma: "A meio da etapa, acabei por ficar com um grupo entre o pelotão e o grupo da frente. Mas como a maioria deles já tinha alguém na frente, acabamos por ficar na terra de ninguém."
Além das dificuldades físicas, Van Aert apontou também o dedo à organização da corrida. "É a maior corrida do mundo, e é normal que os ciclistas façam um sprint para chegar ao pódio. Penso que a culpa foi mais dos organizadores, que colocaram aquela curva nos últimos 500 metros", criticou, em referência ao final técnico e perigoso que marcou a penúltima etapa.
Apesar de tudo, o belga não baixa os braços. A etapa final, longe da habitual celebração nos paralelos dos Campos Elísios, promete ser explosiva, curta e com um perfil mais adequado aos seus dotes de clássico. "Estou muito mais motivado para esta última etapa do que antes. Montmartre será mais uma clássica. Espero uma corrida curta e explosiva que me vai agradar."
Com um percurso mais acidentado e menos previsível, Van Aert poderá ter finalmente um cenário propício para dar um golpe de asa. No entanto, mantém o olhar atento aos protagonistas da geral, com alguma ironia: "Ele [o vencedor da geral] já não parece muito motivado, mas com ele nunca se sabe", concluiu com um sorriso.
Seja num arranque explosivo no momento certo ou numa perseguição determinada até ao final, Van Aert parte para Paris com tudo a ganhar e nada a perder.