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Team Visma | Lease a Bike é uma equipa de grandes nomes e excelentes ciclistas, mas nas clássicas empedradas a sua principal arma será
Wout van Aert. Ainda assim, o belga mantem-se com os pés bem assentes na terra, sabendo que tem pela frente rivais como
Mathieu van der Poel e
Tadej Pogacar, mas está confiante de que é possível atingir o nível necessário para os vencer.
"Penso que inicialmente tive um inverno difícil, mas depois consegui trabalhar bem. Também não me esqueci de como me senti na Volta a Espanha. Aquela lesão no joelho foi muito chata, mas nunca de tal ordem que eu pensasse
'isto não se vai resolver'", partilhou o belga com o
Wielerflits. "Nesse aspeto, pude terminar este inverno com uma certa confiança, de que posso voltar ao meu nível habitual."
Van Aert participou na época de ciclocrosse com algumas dificuldades técnicas, mas com boas pernas, trazendo para casa algumas vitórias e uma medalha de prata no Campeonato do Mundo, onde inicialmente não tinha a certeza que iria participar. Foi um inverno forte, em que ultrapassou uma lesão incómoda sofrida em setembro do ano passado.
Depois de um ano psicologicamente difícil, marcado por duas quedas com consequências desastrosas, começa a época na próxima semana, na Clásica Jaén Paraiso Interior, e segue depois para a Volta ao Algarve. Mas tudo isto a pensar nas clássicas empedradas. Admite que ficou surpreendido quando soube do calendário de corridas de Tadej Pogacar.
"Não me disse nada, mas fiquei sobretudo impressionado com o seu programa.", conta. "Em muitas clássicas, ainda há muitas estratégias e tudo é possível, claro que também na
Volta à Flandres. Mas essa é também a corrida que se decide pelas pernas. Vejo poucos cenários possíveis em que se vence o Mathieu e o Tadej, enquanto se é menos forte", admite van Aert. Sendo ele um trepador brilhante neste tipo de terreno, um ciclista muito experiente com uma grande equipa, mas na Flandres isso pode não ser suficiente.
Em subidas como a Koppenberg, Oude Kwaremont e Paterberg, no final de 6 horas de corrida, os melhores podem fazer a diferença e a esperança de Wout van Aert é ter pernas para, pelo menos, igualar os seus dois rivais. "No meu caso, teria de estar pelo menos igual a eles para ter uma hipótese."
Mas em Roubaix a história não é necessariamente a mesma, pois o W/Kg e a força a subir pouco importam e, em vez disso, a força bruta e a tática tornam-se mais importantes. Neste aspeto, a Visma entra mais em pé de igualdade e van Aert vai começar sem a desvantagem que tem sentido nos últimos anos contra os seus rivais.