A temporada de 2025 foi tudo menos tranquila para
Wout Van Aert. O belga da
Team Visma | Lease a Bike completou um calendário repleto de desafios, que incluiu uma primavera intensa, participações em duas Grandes Voltas e um fecho de época no Canadá, tudo isto após ter começado o ano praticamente do zero, recuperando de uma lesão no joelho sofrida na Volta a Espanha de 2024.
Agora, com o inverno à vista, Van Aert prepara-se para regressar ao
ciclocrosse, uma das suas grandes paixões, o que significa que o descanso será curto. Ainda assim, o ciclista conseguiu encontrar tempo para uma breve pausa ao lado da sua esposa, Sarah De Bie, em Roma.
“Van Aert partilhou uma fotografia com Sarah em frente ao Monte Palatino”, noticiou o Het Laatste Nieuws. A legenda simples no Instagram sugere que a escapadinha à capital italiana foi uma viagem a dois, sem os filhos do casal, Georges e Jerome.
Uma temporada de altos, baixos e muita resistência
O último dorsal que Van Aert colocou nas costas a 20 de setembro, data em que terminou uma das épocas mais desgastantes da sua carreira. Apesar da recuperação demorada no início do ano, o belga somou duas vitórias prestigiantes, confirmando mais uma vez a sua capacidade de brilhar em terrenos muito distintos.
O primeiro triunfo surgiu na etapa de gravilha da Volta a Itália, uma das mais memoráveis da edição de 2025, com passagens pelas emblemáticas 'estradas brancas' da Toscana, herdeiras da Strade Bianche. Nessa jornada, Van Aert resistiu à pressão dos especialistas nesses tipos de terreno.
Mais tarde, na mesma corrida, teve também um papel táctico decisivo para a equipa, contribuindo para o sucesso de Simon Yates na classificação geral durante a lendária subida ao Colle delle Finestre.
Paris-Roubaix, Flandres e Amstel: a sina dos “quase”
Embora Van Aert tenha somado resultados consistentes ao longo da primavera, a sorte nas Clássicas voltou a não estar ao lado do belga. Acabou a campanha com duas segundas posições - na Brabantse Pijl e na Dwars door Vlaanderen - e três quartos lugares, na Paris-Roubaix, Volta à Flandres e Amstel Gold Race.
Esses resultados deixaram o ciclista belga com uma sensação de frustração, sobretudo pela forma como esteve sempre próximo da vitória. Ainda assim, o seu desempenho reforçou a sua imagem como um dos ciclistas mais completos e resilientes do pelotão moderno.
Um final épico em Paris
A segunda vitória da temporada ficou guardada para o desfecho final da Volta a França. Numa edição inovadora que terminou com uma etapa decisiva entre Montmartre e os Campos Elísios, Van Aert protagonizou o momento mais marcante da jornada: foi o único ciclista a deixar para trás Tadej Pogacar, para selar uma vitória em solo parisiense.
Foi o fecho perfeito para um ano em que Van Aert voltou a provar que o seu talento transcende categorias: pode ser sprinter, rolador, clássico ou gregário e, ainda assim, continuar a vencer nas maiores provas do mundo.
Próximo capítulo: o regresso ao ciclocrosse
Sem tempo para umas longas férias, Van Aert prepara-se para regressar aos circuitos de ciclocrosse neste inverno, retomando o formato que o lançou para a ribalta internacional. A transição rápida entre a estrada e a terra já é uma tradição na sua carreira e, mesmo após uma época extenuante, o belga parece determinado a continuar a competir ao mais alto nível.