No domingo passado,
Thibau Nys saiu dos holofotes da época de ciclocrosse 2025/26. Até então, fora, sem dúvida, a grande figura da disciplina. Mas a sua série de vitórias desvaneceu-se num instante com o regresso de
Mathieu van der Poel, que o bateu na sua primeira corrida da campanha, a Taça do Mundo UCI em Namur.
A maioria dos analistas concorda que o filho de Sven Nys ficou sem munições, pelo menos nas provas em que alinha contra o heptacampeão do mundo.
Mas o pai de Mathieu,
Adrie van der Poel, foi mais longe após
essa última derrota. Fê-lo com uma avaliação contundente em declarações ao
In de Leiderstrui: “Foi a melhor oportunidade dele”.
A melhor oportunidade para bater Mathieu van der Poel, entenda-se. A razão? É improvável que volte a encontrar uma versão mais “fora de ritmo competitivo” do neerlandês do que a que enfrentou em Namur.
“Também estou a pensar nas próximas corridas; esta é a que mais favorece Thibau Nys. Curta, explosiva e técnica. O Mathieu também faz isso, mas vai precisar de cerca de cinco corridas [para voltar a ganhar estaleca]”, explicou Adrie van der Poel.
Mathieu van der Poel regressou ao ciclocrosse com vitória na Taça do Mundo UCI em Namur
O nível do filho em Namur
Para lá das observações sobre Thibau Nys, Adrie centrou-se sobretudo no nível exibido pelo filho no regresso ao ciclocrosse: “Acho que foi uma vitória calculada. Também penso que a condição física está boa, mas ainda não tem aquele ‘toque’ de ciclocrosse. Deixa-se levar pelos corredores que já competem há algum tempo. Não é a corrida mais fácil para começar, por isso creio que pode estar muito satisfeito”.
“A melhor volta dele também foi a última, quando seguia na frente, claro. Aí só tens de contar com uma pessoa, e essa pessoa és tu. Repara, se estás em quarto, já tens três hipóteses de alguém cair. Por exemplo, na descida em parede”, concluiu.
Na realidade, as corridas que Mathieu van der Poel disputa agora e nas próximas semanas são preparação para o seu grande (e único) objetivo: o Campeonato do Mundo de 2026, em Hulst. Se vencer, o neerlandês ultrapassará Erik De Vlaeminck como o ciclista com mais títulos mundiais da história (neste momento partilham o trono, com sete cada).