Mathieu van der Poel conseguiu com relativa facilidade a sua sétima vitória no Campeonato do Mundo de Ciclocrosse este domingo em Lievin, ficando os espectadores órfãos do muito aguardado duelo com o rival Wout van Aert. O facto pode dever-se, em parte, a um pequeno mas potencialmente fundamental, papel desempenhado pelo compatriota de Van der Poel, Ryan Kamp, nas primeiras voltas.
Tendo começado a corrida na 4ª linha, Van Aert viu-se preso no meio do pelotão, tentando desesperadamente abrir caminho para chegar até Van der Poel, que entretanto já se encontrava a construir uma vantagem que se tornaria irrecuperável. Mas então qual foi o papel de Kamp nisto tudo? Tentar irritar e atrasar a tentativa de Van Aert em chegar à frente do pelotão que perseguia van der Poel.
"O Wout estava atrás de mim. Na partida aconteceu que acabei por ficar atrás do Wout. Depois aconteceu algo na primeira curva, que os fez cair quase todos. Isso deu-me uma vantagem", recorda Kamp sobre o inicio da corrida ao In de Leiderstrui. "Na primeira volta consegui lutar com o Wout. Atrapalhá-lo é dizer muito, mas mesmo assim. Sabemos que ele é o favorito, a par do Mathieu. Se conseguirmos ficar à frente dele, isso é sempre um bónus."
As palavras de Kamp fazem lembrar um papel semelhante desempenhado pelo belga Michael Vanthourenhout, que tentou em vão travar Van der Poel e dar tempo a Van Aert para chegar à frente. "Não o conseguiram parar. Na primeira ponte ele já estava a fugir. Não havia nada que pudessem fazer".
No final foram, como já foi referido, Van der Poel e os holandeses que acabaram por levar a melhor. Para Kamp, a sua corrida terminou num honroso 11º lugar. "Teria sido bom ter ficado entre os dez primeiros. Venho da quarta linha, por isso o décimo primeiro lugar é óptimo", avalia o holandês. "Em comparação com o ano passado, em que quase fiquei fora dos 20 primeiros, isto é bom. Continua a ser um Campeonato do Mundo, onde o nível é sempre muito alto."