Puck Pieterse condena ataque a Van der Poel e reforça ambições para a temporada: “O BTT continua a ser o meu maior objetivo”

BTT
quinta-feira, 17 abril 2025 a 16:00
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O fim de semana da Paris-Roubaix 2025 deveria ter ficado marcado por mais uma demonstração de força de Mathieu van der Poel, que conquistou o seu terceiro triunfo consecutivo no “Inferno do Norte”. No entanto, grande parte da atenção foi desviada para um episódio lamentável: o neerlandês foi atingido na cara por uma garrafa lançada por um espetador, num ato perigoso que o próprio descreveu como “uma tentativa de homicídio”. O agressor entregou-se entretanto às autoridades.
O incidente causou indignação generalizada no pelotão e entre os fãs, e entre as vozes que se levantaram contra este tipo de comportamentos está Puck Pieterse, campeã do mundo de BTT, estrela do ciclocrosse e vencedora da camisola branca na Volta a França Feminina. Em declarações ao De Telegraaf, Pieterse foi clara:
“Esse tipo de coisa é simplesmente inaceitável. Isto é algo diferente de um copo de cerveja de plástico, embora nada disso possa ser justificado.”
A neerlandesa de 21 anos lamenta a hostilidade crescente que os ciclistas enfrentam em várias disciplinas, incluindo o feminino.
“É muito triste que haja pessoas que vão para a corrida a pensar: ‘Vou atirar aquela garrafa de água ao Van der Poel mais tarde’. No ciclismo feminino também se grita e se atiram coisas. No ano passado, na Volta a França, estava atrás da Marianne Vos e atiraram-lhe um copo de cerveja. E no ciclocrosse, já se sabe... há muitas pessoas bêbadas que já não sabem o que estão a fazer.”

De volta à estrada: estreia na Amstel e ambição contida

Fora das polémicas, Pieterse mantém-se focada na sua época. Ainda sem vitórias em 2025, mas com bons desempenhos no top-10, a ciclista da Fenix-Deceuninck tem mostrado consistência.
“Essa vitória ainda não chegou. Sei que os melhores do mundo estão no início destas corridas, e os meus lugares estão algures no top-10. Precisava de um dia muito bom para esse ‘outlier’.”
Este fim de semana marca a sua estreia na Amstel Gold Race, uma corrida especial pelo significado nacional e familiar.
“Será a minha primeira Amstel, e estou muito ansiosa por isso. No fim de semana passado explorei as colinas de Limburgo e de Liège. Acho que é muito fixe que esta corrida seja nos Países Baixos. Estou ansiosa por toda a atmosfera com os fãs do nosso país e, claro, mais alguns amigos e familiares que virão assistir. Se eu conseguir subir ao pódio aqui, ou mesmo ganhar, seria muito fixe.”

O regresso ao BTT e uma palavra de apoio a Fem van Empel

Embora as clássicas estejam no seu programa, Pieterse sublinha que o BTT continua a ser o grande foco da sua época, e o título mundial de XCO é uma prioridade.
“O BTT está definitivamente no meu programa. Quero participar nas clássicas, mas o meu maior objetivo é mostrar a camisola arco-íris o mais possível. Estas corridas de montanha são também um bom prelúdio para o ciclismo de montanha.”
Sobre a recente decisão de Fem van Empel — sua rival direta no ciclocrosse — de fazer uma pausa para cuidar da saúde mental, Pieterse não hesita em demonstrar apoio.
“Penso que muitas vezes é uma combinação de circunstâncias. A Fem fez mais corridas de ciclocrosse no inverno do que eu e há anos que sente a pressão da camisola arco-íris.”
“O ciclismo de estrada é muito diferente do ciclismo de montanha e do ciclocrosse. Não se deve tornar uma obrigação, senão as coisas correm mal. Noto que gosto ainda mais por causa da variedade de disciplinas.”
Com um discurso maduro e uma abordagem equilibrada à carreira, Puck Pieterse continua a destacar-se como uma das figuras mais promissoras do ciclismo mundial. Versátil, talentosa e com os pés bem assentes no chão, a jovem neerlandesa parece pronta para brilhar em qualquer terreno — seja na estrada, na lama ou nos trilhos de montanha.
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