A experiente ciclista italiana
Elena Cecchini vai estender a sua carreira profissional até 2026, assinando um novo contrato de um ano com a
SD Worx - Protime para aquela que será a sua derradeira época, após mais de 15 anos no pelotão. Aos 32 anos, profissional desde 2011, Cecchini tornou-se uma capitã de estrada indispensável e uma sólida gregária desde que ingressou na equipa neerlandesa em 2021.
Motivação para mais um ano
“Inicialmente, pensei que 2025 seria a minha despedida, mas continuo motivada. A chama ainda arde. Quero dar tudo de mim uma última vez, em todas as corridas, a cada momento”, afirmou Cecchini quando a equipa confirmou o acordo em comunicado oficial.
“Tinha mais um objetivo na minha carreira: participar nos Jogos Olímpicos de Paris. Graças ao apoio da SD Worx-Protime, consegui concretizá-lo. Por isso, queria desfrutar de mais uma temporada em 2025, ajudando a equipa, guiando e apoiando as líderes nas corridas.”
“Sou uma pessoa teimosa. Quando tomo uma decisão, normalmente mantenho-a”, reconheceu. “Mas no último inverno não consegui divertir-me, porque algo se passava a nível pessoal. Para mim, a preparação é uma parte essencial da época. Então foquei-me nas clássicas e só depois pensei no futuro.”
Embora 2025 estivesse planeado como o último ano, mudou de ideias ao longo da temporada. “Durante o reconhecimento para a Volta a França Feminina, o Danny Stam perguntou-me o que queria fazer depois de terminar a carreira. Disse-lhe que ainda não tinha a certeza se queria retirar-me. Tivemos boas conversas e o Danny deu-me tempo para decidir. Senti que a história ainda não estava completa. Como atleta de topo, vive-se um privilégio que não volta depois da retirada. Estou feliz com a minha decisão.”
Elena Cecchini tem sido uma domestique crucial para Lorena Wiebes, ajudando-a a alcançar inúmeras vitórias
Foco no trabalho de equipa e no legado
Cecchini já não ambiciona vitórias individuais, mas quer ajudar as colegas a alcançar o topo na sua temporada de despedida. “Sou realista: já não tenho o que é necessário para vencer sozinha”, disse.
“Na nossa equipa temos ciclistas capazes de ganhar. Só uma sobe ao pódio, mas por trás está o trabalho de muitas. Faz-me feliz fazer parte disso, alcançar objetivos em conjunto. Tive a sorte de viver grandes vitórias com esta equipa, mas nunca damos o sucesso como garantido. Nunca nos habituamos a vencer; temos de trabalhar arduamente em cada corrida.”
A italiana deixou também uma mensagem às novas gerações: “Tenho orgulho em ter testemunhado a evolução do ciclismo feminino. O meu conselho para as jovens ciclistas é nunca tomarem nada como garantido. Venho de uma época em que só tinha duas camisolas e uma bicicleta e, mesmo como profissional, os meus pais ainda tinham de me levar às corridas.”
“Hoje o apoio é excelente e colhemos os frutos disso. Mas, apesar de melhorares, a dor nunca diminui. O nível sobe, todos evoluem, e as mais jovens têm naturalmente corpos mais fortes. Mas tudo depende da mentalidade. Para mim, ‘nunca fica mais fácil, apenas vais mais rápido’. Se pudesse escolher uma corrida para vencer com a SD Worx-Protime, seria o
Trofeo Alfredo Binda. Seria fantástico viver esse momento”, concluiu.
Elogios da equipa
O diretor desportivo Danny Stam elogiou Cecchini como “o exemplo perfeito de um atleta profissional”, sublinhando o seu papel de capitã de estrada dentro e fora da bicicleta. “Quando ela indicou que ponderava ficar mais um ano, não hesitámos em oferecer-lhe a renovação. Uma ciclista assim é rara no ciclismo moderno”, afirmou.
“A sua importância para os sucessos da equipa nos últimos anos não pode ser subestimada. É uma referência, táctica e tecnicamente forte. Tanto na bicicleta como fora dela, está sempre presente. Tornou-se numa líder. É estratégico garantir a continuidade neste ambiente dinâmico mantendo a nossa capitã de estrada por mais uma temporada. Quando a Elena acabar a carreira no próximo ano, será lembrada como uma pioneira que trabalhou incansavelmente para abrir portas no ciclismo feminino”, concluiu Stam.