"A mãe de Tom Pidcock pensou em tudo" Jonas Vingegaard revela quem foi a responsável pelas cerimónias de pódio improvisadas em Madrid

Ciclismo
quarta-feira, 17 setembro 2025 a 9:00
JonasVingegaard
Jonas Vingegaard conquistou no passado domingo a sua primeira Volta a Espanha, mas foi uma figura inesperada que garantiu que o dinamarquês recebesse a consagração que o seu triunfo merecia. Com os protestos pró-palestinianos a forçarem o cancelamento da tradicional cerimónia do pódio em Madrid, foi a mãe de Tom Pidcock quem teve a ideia de organizar uma celebração improvisada, transformando um final caótico num dos momentos mais marcantes da carreira do líder da Team Visma | Lease a Bike.
"Ganhar a Vuelta é muito especial, com ou sem cerimónia de pódio em Madrid", disse Vingegaard em declarações ao Wielerflits. "Quando soube que não haveria cerimónia, fiquei muito desiludido, parecia que esse momento me tinha sido retirado. Mas, no final, esta forma foi ainda mais bonita: apenas em cima de uma caixa frigorífica. Foi muito mais íntimo e muito mais significativo do que alguma vez esperei. Vai ficar como um dos momentos mais especiais da minha carreira".

A ideia da mãe de Pidcock

O encontro improvisado aconteceu na noite de domingo, poucas horas depois do cancelamento abrupto da 21ª etapa na capital espanhola. Ciclistas e staff da Visma e da Q36.5 Pro Cycling Team juntaram os rivais em diferentes hotéis, garantindo que também Matthew Riccitello recebesse a sua camisola branca, ainda que longe do habitual palco público.
"A ideia surgiu muito em cima da hora, foi a mãe de Tom Pidcock que pensou nisso", revelou Vingegaard. "Através da Q36.5 e da nossa equipa, tratámos rapidamente de tudo. Tivemos a sorte de ficar perto da equipa de Pidcock, por isso correu tudo bem. Foi ótimo termos conseguido fazer com que isto acontecesse e tornou-se em algo realmente especial".
podio vuelta
Assim ficou o pódio improvisado, já com o cair da noite em Madrid

Plugge: "Tínhamos de honrar os nossos heróis"

O diretor-geral da Visma, Richard Plugge, admitiu que a proposta não convenceu de imediato os ciclistas. "No início, não estavam muito entusiasmados, só queriam ir para a cidade e festejar. O Jonas já tinha mudado de roupa e também não estava muito entusiasmado", contou ao Wielerflits.
"Mas sentimos que tínhamos de honrar os nossos heróis. Achei que era um momento muito especial, simbólico, até. Em três quartos de hora estava tudo organizado. Toda a gente trouxe alguma coisa e até a organização da corrida foi convidada. Isso fez com que fosse uma verdadeira celebração".

Política à distância

Na terça-feira, já no Centro de Alto Rendimento da Visma, nos Países Baixos, onde voltou a ser homenageado por dezenas de funcionários antes de regressar à Dinamarca, Vingegaard refletiu sobre a turbulenta conclusão da corrida.
Grande parte das perguntas da comunicação social neerlandesa, belga e dinamarquesa incidiu sobre os protestos pró-palestinianos que marcaram a Vuelta e culminaram na ausência de pódio em Madrid. Embora tenha evitado comentários diretos sobre política, o dinamarquês de 28 anos garantiu que nunca se sentiu em perigo.
"Espero poder continuar a fazer o meu trabalho. Isso é o mais importante para mim".

Um marco com valor especial

A vitória na Vuelta acrescentou Espanha ao palmarés já brilhante de Vingegaard, que soma também dois títulos da Volta a França. A consagração consolidou ainda mais o seu estatuto como um dos grandes voltistas da sua geração.
No entanto, apesar dos troféus, dos pódios em Paris e das cerimónias de gala, o campeão dinamarquês não tem dúvidas: a improvisada celebração em Madrid ficará gravada como um dos momentos mais marcantes da sua carreira.
"Acabou por ser muito mais valioso do que alguma vez imaginei. Foi um dos melhores momentos da minha carreira".
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