Mathieu van der Poel surpreendeu tudo e todos ao atacar logo ao quilómetro zero da 9ª etapa da
Volta a França 2025, formando uma fuga a dois com
Jonas Rickaert, colega na
Alpecin-Deceuninck. O movimento parecia arriscado, mas quase resultou numa vitória notável. Desde então, o neerlandês tem sido amplamente elogiado pela ousadia.
"O ciclismo moderno tem uma faceta que se resume à pesagem de alimentos, testes em túnel de vento, watts por quilo, área de superfície frontal, cranks mais curtos, tudo calculado até à mais pequena casa decimal. É tudo meticulosamente planeado e apoiado por uma preparação intensa",
destacou o antigo ciclista Thijs Zonneveld no podcast In de Waaier. "Fazem coisas que parecem impossíveis, ilógicas, inexplicáveis".
Van der Poel encaixa precisamente neste último grupo. Em vez de seguir a lógica de disputar a classificação por pontos após a queda de
Jasper Philipsen, o neerlandês optou por uma abordagem imprevisível, que lhe valeu aplausos dentro e fora do pelotão.
"Se é isto que Van der Poel faz em vez de andar atrás da verde, então é um prazer ver. Antes, tudo se resumia a marcar pontos e a ficar para trás, isto foi algo completamente diferente. Ele virou a corrida do avesso", explicou Zonneveld. "É por isto que vemos desporto: pelos momentos loucos, pelas manobras absurdas, pelos ciclistas incríveis que se atrevem a tentar algo ridículo. Estou muito contente por o 'Playground Mathieu' estar de volta", concluiu.
Para além da ambição individual, a ação teve também um lado solidário. Van der Poel quis proporcionar a Jonas Rickaert, seu gregário de longa data, a oportunidade de subir ao pódio do Tour pela primeira vez. O objetivo foi cumprido: Rickaert foi distinguido como o ciclista mais combativo da etapa 9, um prémio simbólico, mas de enorme significado para o belga.