A UAE Team Emirates - XRG voltou a triunfar na Volta à Flandres, conquistando a clássica belga pela segunda vez em três anos com Tadej Pogacar. No entanto, ao contrário do que aconteceu em 2023, o sucesso do esloveno não se deveu a uma execução tática irrepreensível, mas sim à sua superioridade física e à resiliência do coletivo, que soube reagir a uma série de contratempos.
Os problemas começaram cedo para a formação dos Emirados. Tim Wellens e Jhonatan Narváez, dois dos principais gregários de Pogacar, caíram antes das zonas decisivas em paralelo. "Foi uma situação difícil após esses acidentes", admitiu Mauro Gianetti ao Het Laatste Nieuws. "Narváez, Wellens e Vermeersch eram peças-chave para preparar o ataque do Tadej. Por isso, tivemos algumas dificuldades nesse momento, mas nunca entramos em pânico."
A meio da corrida, com nomes como Tiesj Benoot, Quinten Hermans, Daan Hoole, Filippo Ganna e Matteo Trentin representados no grupo da frente, a ameaça era real. Pogacar poderia ser forçado a perseguir rivais perigosos em inferioridade numérica. No entanto, António Morgado, Mikkel Bjerg, Nils Politt e Florian Vermeersch assumiram responsabilidades e trabalharam arduamente para reduzir as diferenças antes da segunda passagem pelo Oude Kwaremont.
"Pelo rádio, os rapazes diziam-me que estavam a cumprir o plano, apesar de termos perdido dois elementos. Os outros fizeram simplesmente trabalho a dobrar", explicou o diretor desportivo Fabio Baldato. "O Bjerg esteve impecável até ao Molenberg e quase resistiu até ao segundo Kwaremont. O Morgado e o Politt foram fantásticos: descolaram, voltaram, e ainda assim conseguiram dar tudo mais uma vez."
A UAE não teve a profundidade colectiva que apresentou no ano anterior — quando colocou três homens no top 5 — mas conseguiu alcançar o objectivo com uma estratégia de desgaste, perfeitamente interpretada por Pogacar.
"O Tadej tinha tudo sob controlo. Sabíamos que, se conseguisse chegar em boa posição ao segundo Oude Kwaremont, podia resolver a corrida por conta própria", continuou Baldato. "Ele queria endurecer a corrida ao máximo e atacar repetidamente. Em Sanremo percebemos que não é possível deixar o Mathieu para trás com uma ou duas acelerações. Hoje, com dez ou onze tentativas, ele acabou por quebrar."
Tadej Pogacar on the front page of today's L'Equipe. 🤍🌈#RVV25 pic.twitter.com/r4SPmMZ9b8
— Mihai Simion (@faustocoppi60) April 7, 2025