A Visma muda de estratégia para deixar Jonas Vingegaard mais confortável na Volta a Espanha 2025

Ciclismo
domingo, 03 agosto 2025 a 14:33
jonasvingegaard
Depois de um Tour onde não conseguiu repetir as conquistas de 2022 e 2023, Jonas Vingegaard vira agora atenções para a Volta a Espanha 2025. A corrida, que se realiza de 23 de agosto a 14 de setembro, torna-se o grande objetivo da segunda metade da época para o dinamarquês da Team Visma | Lease a Bike. E sem Tadej Pogacar na linha de partida, torna-se o principal favorito à vitória na geral.
A ausência do líder da UAE Team Emirates - XRG alterou por completo o panorama da corrida espanhola, deixando Vingegaard numa posição privilegiada para conquistar o seu terceiro título em Grandes Voltas. Aos 28 anos, o escandinavo terá pela frente uma concorrência de respeito, onde se destacam nomes como João Almeida, Juan Ayuso, Richard Carapaz, Giulio Ciccone, Egan Bernal e Enric Mas. No entanto, a lógica aponta claramente para a superioridade do líder da formação neerlandesa.
A Visma, que já venceu a Volta a Itália com Simon Yates, vê na Vuelta a oportunidade perfeita para fechar o ano com dois triunfos nos três maiores palcos do ciclismo mundial. Consciente disso, a estrutura decidiu mexer na abordagem e introduzir mudanças estratégicas na sua equipa técnica, com o objetivo de criar o ambiente ideal para Vingegaard brilhar em Espanha.
A principal alteração passa pela escolha do diretor desportivo que vai acompanhar Jonas Vingegaard a partir do carro da equipa. Em vez de Grischa Niermann, que esteve no Tour, será Jesper Mørkøv o responsável por liderar a formação na Vuelta. A nacionalidade dinamarquesa de Mørkøv poderá ser uma vantagem no entendimento com o líder da equipa, proporcionando uma comunicação mais direta e eficaz durante a corrida.
Segundo o experiente técnico Brian Holm, também ele dinamarquês, esta mudança poderá representar uma viragem positiva. "Será uma abordagem mais alinhada com a Dinamarca", afirmou, apontando ainda algumas decisões questionáveis da Visma durante a Volta a França.
De facto, a Visma foi alvo de várias críticas ao longo da Grande Boucle. Desde a primeira semana, surgiram dúvidas sobre a estratégia da equipa, que optou por endurecer etapas planas numa tentativa de desgastar Pogacar. Uma aposta que, segundo os analistas, acabou por se virar contra a própria equipa, esgotando recursos preciosos sem resultados visíveis.
O momento-chave surgiu na etapa de Hautacam, onde Vingegaard perdeu mais de dois minutos para Pogacar. Sem apoio de gregários e isolado na subida decisiva, o dinamarquês não conseguiu responder ao ataque devastador do esloveno, que foi lançado a mais de 12 quilómetros do topo com assistência de Jhonatan Narváez. A diferença cavada nesse dia praticamente definiu a classificação geral.
Mas foi na última semana, nos Alpes, que a estratégia da equipa neerlandesa mais foi questionada. As intenções da Visma não foram claras e a ausência de um plano coerente deixou observadores e adeptos perplexos. Um dos exemplos mais apontados foi a atuação de Matteo Jorgenson no Col de la Loze. O norte-americano entrou na fuga do dia, mas acabou sem utilidade para Vingegaard quando este mais precisava de ajuda na montanha.
Com Pogacar a acusar algum desgaste nos derradeiros dias de alta montanha, houve a sensação de que a Visma poderia ter pressionado mais o camisola amarela. Porém, o esloveno geriu confortavelmente a vantagem acumulada e selou o seu quarto título da Volta a França sem sobressaltos.
Agora, sem Pogacar no caminho, a Vuelta surge como o palco perfeito para a vingança desportiva. Com Jesper Mørkøv no carro e uma equipa construída à volta de Vingegaard, a Visma assume claramente o papel que a UAE teve no Tour. O dinamarquês será o homem a bater, com João Almeida a perfilar-se como principal adversário na luta pela camisola vermelha.
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