Aos 36 anos,
Julien Vermote enfrenta um momento decisivo da sua carreira. O experiente ciclista belga, que nos últimos dois anos vestiu as cores da
Team Visma | Lease a Bike, está prestes a deixar uma das melhores equipas do mundo, mas garante que não pensa em retirar-se. Determinado, continua à procura de um novo contrato para 2026, mesmo num mercado cada vez mais voltado para a juventude.
“Foi em parte uma surpresa. A equipa está satisfeita comigo, mas está a ter em conta várias coisas. O rejuvenescimento é uma delas. Penso que o desempenho deveria ser o fator mais decisivo, mas é o que é. Em última análise, é a equipa que decide”, explicou Vermote ao Krant van West-Vlaanderen.
Dois anos de entrega total à Visma
Contratado pela Visma em 2024, Vermote trouxe experiência e fiabilidade a um bloco repleto de jovens talentos. O seu papel foi sobretudo o de capitão de estrada, uma função muitas vezes invisível mas essencial na estrutura da equipa.
Sem participar em Grandes Voltas, o belga acumulou 69 dias de corrida em 2024 e 63 até ao momento nesta temporada, participando num calendário exigente, repleto de clássicas e corridas de um dia. Entre as de maior destaque contam-se a Strade Bianche, a Paris-Roubaix, a Liège-Bastogne-Liège, a Clásica San Sebastián e a Paris-Tours, provas onde foi peça de apoio fundamental para os líderes da Visma.
A Volta à Holanda marcará a sua última corrida pela equipa, encerrando assim um ciclo breve mas significativo dentro da estrutura neerlandesa.
Vermote numa das suas últimas corridas pela Visma.
“A experiência também conta”
Com o mercado saturado e o foco das equipas virado para a juventude, Vermote reconhece as dificuldades de permanecer no World Tour, mas não perde a esperança de encontrar uma nova casa.
“A situação não é exatamente cor-de-rosa devido à fusão entre a Lotto e a Intermarché, que deixou todas as posições preenchidas. Mas veremos o que o futuro nos reserva. Actualmente dá-se muita importância aos jovens talentos, mas a experiência também é importante”, afirmou. “Eu tenho essa experiência. Espero que as coisas fiquem claras em breve.”
Um dos grandes gregários da última década
Formado na Quick-Step, onde brilhou entre 2011 e 2017, Vermote construiu uma reputação sólida como um dos melhores gregários da última década e meia. Foi parte integrante das equipas que dominaram as Clássicas e as etapas planas, apoiando nomes como Tom Boonen, Philippe Gilbert e Mark Cavendish.
Mesmo longe dos grandes holofotes, sempre se destacou pela ética de trabalho e pelo espírito de equipa. “Quando acabar de correr, vou fazer outra coisa qualquer”, reconhece. “Mas repito: ainda estou com um bom nível de desempenho, por isso não quero parar agora.”