No início deste mês, durante a Volta à Grã-Bretanha,
Thymen Arensman sofreu uma queda que lhe provocou uma contusão na anca e uma rotura no músculo glúteo. Apesar das dores, o neerlandês não desistiu e conseguiu completar a corrida. Poucas semanas antes, tinha conquistado duas etapas de montanha na
Volta a França, consolidando-se como uma das maiores promessas do ciclismo dos Países Baixos. Agora, com os Campeonatos do Mundo a aproximarem-se, Arensman mantém o objetivo de alinhar no dia 28 de setembro na prova de estrada, num percurso de 267,5 quilómetros com 5475 metros de desnível acumulado, onde Tadej Pogacar surge como o grande favorito a renovar a camisola arco-íris.
Depois da Volta à Grã-Bretanha, Arensman regressou à sua base em Andorra, onde conclui os últimos treinos de altitude. "Posso treinar muito bem em Andorra", explicou à Wieler Revue. "No dia 17, vamos encontrar-nos em Bruxelas com a KNWU para seguirmos juntos para o Ruanda".
Arensman utiliza há vários anos as estradas do Principado dos Pirenéus como cenário ideal de preparação, aproveitando a altitude para potenciar a forma física antes de um dos percursos mais exigentes da história dos Mundiais. Para além dos 5475 metros de desnível, os ciclistas terão de enfrentar o ar rarefeito, fator que poderá fazer a diferença na fase decisiva da corrida africana.
As mazelas da queda no Reino Unido ainda estão presentes, mesmo que já não o impeçam de treinar. "Ainda sinto a anca, porque uma contusão pode durar muito tempo. Também ainda sinto o glúteo rasgado, mas está a sarar muito bem. Ainda consigo fazer todo o meu trabalho e não perco nenhum treino, mas sim, é um pouco irritante".
Uma das vitórias de Arensman no Tour foi diante de Pogacar e Vingegaard
Com a temporada a aproximar-se do fim, Arensman encara os Mundiais como um último grande teste e também uma espécie de prémio após um ano longo e intenso. "É muito tempo, mas é também a fase final antes da época baixa. O Ruanda será uma aventura interessante, mas vou para lá com a mente aberta. Vou aproveitar ao máximo." Para o ciclismo neerlandês, o jovem trepador representa uma esperança real num dos percursos mais duros de sempre num
Campeonato do Mundo.
Longe da pressão competitiva, a Volta à Grã-Bretanha também serviu para um momento especial: a despedida de Geraint Thomas, vencedor da Volta a França de 2018. Arensman, companheiro de equipa na INEOS Grenadiers, fez questão de estar presente. "O Geraint fez uma grande festa. Eu também lá estive. Foi muito divertido, mas com o travão de mão puxado, claro. Foi muito interessante ver a cultura galesa. É muito diferente daquilo a que estamos habituados, mas é bonito de se ver".