O Giro dell'Emilia é uma das corridas de maior prestígio no ciclismo profissional e é frequente ver muitos dos melhores trepadores e corredores do mundo lutarem nas ruas de Bolonha pela vitória numa das clássicas italianas de outono. Fazemos uma antevisão da corrida que se realiza no dia 4 de outubro, com início marcado para as 09:25h e final previsto para as 13:55h.

A corrida tem muita história e é certamente uma corrida para os trepadores, tendo em conta a história recente. No papel, as subidas curtas e acentuadas favorecem os puncheurs, mas hoje em dia a maioria dos trepadores faz este tipo de subidas melhor do que os especialistas em clássicas.

Além disso, os ciclistas já chegam a Bolonha com um pouco de subida nas pernas, acumulando quatro subidas "categorizadas" no desde o inicio em Mirandola até ao circuito final. Este é bem conhecide dos fãs e dos ciclistas que já cá estiveram, com cinco voltas, incluindo a subida à Madona di San Luca.

A subida tem 2,1 quilómetros de extensão com 9,4% e uma inclinação máxima de 17%, muito íngreme desde o início. Um verdadeiro esforço anaeróbico, com uma pequena colina logo após o cume e uma descida muito rápida e técnica a separar as voltas. É um circuito onde não se pode perseguir e onde os ataques iniciais podem ser bem sucedidos se os atacantes estiverem fortes. É uma corrida que não costuma ser muito tática, porque as inclinações da subida permitem que as diferenças sejam facilmente feitas por aqueles que têm as melhores pernas.

Red Bull - BORA: A Red Bull apresenta-se com uma formação de luxo, praticamente com todos os seus líderes disponíveis para este tipo de terreno, à exceção de Florian Lipowitz e Maxim van Gils. Não têm o “homem a bater” por definição – essa figura não existe nesta prova – mas pelo conjunto apresentado são claramente uma das equipas de referência, ainda que a Emirates também possa assumir esse estatuto. Primoz Roglic, antigo vencedor, chega em boa forma e é um especialista neste tipo de subidas curtas e explosivas. Jai Hindley e Giulio Pellizzari são igualmente candidatos à vitória, enquanto Aleksandr Vlasov e Jan Tratnik podem ser gregários de luxo ou cartas táticas decisivas. A equipa alemã tem várias possibilidades para jogar.

Emirates: Isaac Del Toro voltou a impressionar nos Campeonatos do Mundo e está apenas a um passo de se afirmar como líder de classe mundial. O mexicano combina versatilidade, explosividade e qualidade em subida num estilo que faz lembrar Tadej Pogacar, podendo mesmo ser o ciclista mais forte desta startlist. A Emirates traz ainda Jay Vine e Adam Yates, trepadores puros mas menos explosivos, enquanto Del Toro acrescenta a capacidade de disputar um sprint em grupo reduzido, além de poder vencer com um ataque direto em qualquer momento da corrida.

Tom Pidcock: Vice-campeão no ano passado, o britânico chega em excelente forma e é um ciclista perfeitamente talhado para este perfil. Apesar de não conquistar uma grande vitória há alguns meses, este terreno explosivo e com descidas técnicas pode ser o palco ideal para regressar aos triunfos. Não terá o apoio coletivo de uma equipa tão forte como a BORA ou a EF, mas se apresentar boas pernas será muito difícil de deixar para trás nas rampas mais íngremes.

Trepadores: Há equipas que chegam muito bem apetrechadas. A Bahrain apresenta Afonso Eulálio, Lenny Martínez, Antonio Tiberi e Pello Bilbao, ciclistas capazes de atacar de longe, apoiar como gregários de luxo ou assumir a liderança em diferentes momentos da corrida. A INEOS aposta em Thymen Arensman e Egan Bernal, enquanto a Jayco surge com o bloco completo de montanha, incluindo Ben O’Connor, Luke Plapp e Eddie Dunbar.

Giulio Ciccone surge como um dos grandes favoritos ao triunfo neste tipo de terreno, sobretudo na ausência de Pogacar. O italiano da Lidl-Trek é o líder indiscutível da equipa e está particularmente talhado para estas corridas de um dia. No lote de candidatos entram ainda Davide Piganzoli, que subiu ao pódio no ano passado, Tobias Johannessen, Lorenzo Fortunato, Cian Uijtdebroeks, Mikel Landa, Einer Rubio e Ruben Guerreiro.

Puncheurs: Se a corrida se mantiver mais controlada até às voltas finais, os puncheurs podem ganhar protagonismo. A França apresenta Julian Alaphilippe, David Gaudu e Jordan Labrosse; na Visma, Ben Tulett deverá ser a melhor aposta; e a Astana poderá jogar as cartas de Simone Velasco e Sergio Higuita, que podem resistir ao ritmo e lutar por um lugar de destaque na última volta.

*** Isaac del Toro, Giulio Ciccone, Tom Pidcock
** Jai Hindley, Primoz Roglic
* Giulio Pellizzari, Adam Yates, Jay Vine, Afonso Eulálio, Lenny Martínez, ANtonio Tiberi, Egan Bernal, Davide Piganzoli, Tobias Johannesen, Mikel Landa, David Gaudu, Ben Tulett

Escolha: Isaac del Toro

Cenário previsto: Sprint em grupo reduzido