A União Ciclista Internacional (UCI) anunciou esta terça-feira a suspensão da equipa portuguesa AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense por um período de 20 dias, entre 23 de outubro e 11 de novembro de 2025. A decisão foi tomada pela Comissão Disciplinar da UCI ao abrigo do artigo 11.3 do Regulamento Antidopagem, que prevê a suspensão temporária de uma equipa quando dois dos seus ciclistas recebem notificações de alegadas violações relacionadas com o Passaporte Biológico do Atleta (ABP).
Segundo a UCI, o primeiro caso diz respeito ao ciclista português Venceslau Fernandes, notificado a 7 de novembro de 2024 pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) devido a anomalias detetadas no seu ABP durante 2023. O segundo envolve o espanhol
Delio Fernández Cruz, que recebeu, a 22 de julho de 2025, notificação semelhante por parte da UCI, igualmente relativa a irregularidades registadas no mesmo período.
O Passaporte Biológico é um registo eletrónico individual onde são reunidos os resultados de todos os controlos antidopagem realizados a cada ciclista. Esta ferramenta permite detetar alterações fisiológicas consistentes com o uso de substâncias ou métodos proibidos, mesmo sem a identificação direta de um produto específico. O programa é gerido pela International Testing Agency (ITA) em colaboração com a Athlete Passport Management Unit (APMU) de Lausana, associada ao laboratório acreditado pela Agência Mundial Antidopagem.
A suspensão agora imposta não implica ainda a condenação definitiva dos dois ciclistas, já que os respetivos processos continuam em curso tanto na UCI como na ADoP. No entanto, a medida afasta a equipa algarvia de toda a competição durante o período estipulado, numa fase da época que em Portugal é calma, mas que internacionalmente muitas formações procuram somar pontos e garantir visibilidade para patrocinadores.
A UCI sublinha que não prestará mais declarações sobre o caso até que a gestão de resultados esteja concluída.
Foto: Podium Events