Entre 15 e 22 de junho, o pelotão do World Tour enfrenta uma das provas mais exigentes do calendário internacional: a
Volta à Suíça. Última das chamadas “sete grandes” corridas por etapas de uma semana, a ronda helvética apresenta, como habitual, um traçado desafiante, com perfis irregulares, subidas íngremes e oportunidades tanto para trepadores puros como para ciclistas ofensivos e versáteis. A primeira etapa, com início e fim em Küssnacht, será curta e traiçoeira, um verdadeiro aperitivo das emoções que se seguirão.
Apesar da distância relativamente modesta para uma etapa de linha (179,4 km), o percurso inaugural da Volta à Suíça 2025 promete tensão e espetáculo. Grande parte do traçado desenvolve-se em terreno plano ou de falso plano, mas o desfecho dependerá quase por inteiro das duas passagens pela subida para Michaelskreuz.
1ª etapa 1: Küssnacht - Küssnacht; 179,4 quilómetros
Michaelskreuz: o ponto decisivo
Com 3 km de extensão e pendente média de 9%, Michaelskreuz é uma subida curta mas explosiva, com rampas capazes de fazer seleção. O pelotão irá transpor este obstáculo em duas ocasiões, sendo a segunda a apenas 14,5 km da meta. Esta localização final pode revelar-se crítica, sobretudo porque o restante percurso até à meta é descendente ou plano, o que favorece ataques bem cronometrados e dificulta a perseguição.
Mapa 1ª etapa da Volta à Suíça 2025
Cenários possíveis
O perfil híbrido coloca esta jornada inaugural num território ambíguo: não é uma etapa de sprinters puros, mas também não é clássica de alta montanha. Trata-se de um terreno que favorece:
- Sprinters com capacidade de escalar, como Michael Matthews ou Corbin Strong.
- Clássicos ofensivos, como Marc Hirschi, Pello Bilbao ou Valentin Madouas.
- Candidatos à geral com instinto agressivo, como João Almeida, Felix Gall ou Adam Yates.
- Ataque no Michaelskreuz final com chegada isolada de um candidato à geral ou de um puncheur.
- Sprint reduzido entre ciclistas resistentes que ultrapassem a subida no primeiro grupo.
- Grupo fracionado com diferenças na geral logo à primeira etapa, se o ritmo for suficientemente elevado.
A descida após Michaelskreuz será crucial. Com apenas 14,5 km pela frente e a maior parte em terreno desfavorável aos perseguidores, quem passar no topo com margem poderá levar a vitória, sobretudo se estiver sozinho ou em pequeno grupo. É um tipo de etapa que recompensa audácia e pernas afiadas, e pode ser perfeita para ciclistas como Almeida ou Gall, que já demonstraram capacidade de acelerar em subidas curtas e manter um esforço de limiar até à meta.
A subida para Michaelskreuz é suficientemente dura para abrir diferenças entre os principais nomes da classificação geral, e os segundos ganhos aqui podem vir a ser preciosos no cômputo final.
Previsão Volta à Suíça 1ª etapa:
***
João Almeida, Mauro Schmid
** Roger Adrià, Neilson Powless, Ben O'Connor, Oscar Onley
* Jan Christen, Felix Gall, Aleksandr Vlasov, Pello Bilbao Michael Woods, Joe Blackmore, Andrea Bagioli, Christian Scaroni, Alberto Bettiol, Tiesj Benoot, Javier Romo, Marc Hirschi
Escolha: João Almeida