ANTEVISÃO- Clássica Eschborn-Frankfurt 2024 -García Cortina, Ulissi, Van Gils, a UAE e companhia conseguirão derrotar os sprinters puros?

No dia 1 de maio, temos a primeira corrida de um dia ao nível do World Tour após as clássicas da primavera. É o dia em que a Alemanha fará as capas do mundo do ciclismo, com alguns dos melhores sprinters e ciclistas de clássicas na linha de partida da Eschborn-Frankfurt. Fazemos a antevisão da corrida com o cyclinguptodate.

A corrida tem 203 quilómetros de extensão e apresenta um circuito com duas subidas principais. A Felberg tem duas subidas de cerca de 11 quilómetros a 5%, e a Mammolshain, mais curta mas mais íngreme, tem 2,3 quilómetros a 8%. As subidas não serão fáceis. É provável que continue a ser uma clássica para os sprinters, mas o equilíbrio mudou definitivamente a favor dos homens que decidam atacar cedo.

Os primeiros 30 quilómetros são planos e conduzem a uma subida de 11 quilómetros a 4,8%, no entanto, nesta fase inicial da corrida, não costuma ter um papel importante, excepto para aumentar a fadiga. A 112 e 96 quilómetros para o final, os ciclistas passam por Mammolshain, a subida mais difícil da corrida, com 2,3 quilómetros a 8%, mas com rampas de até 15% já perto do seu fim.

Os ciclistas voltam a subir Feldberg, mais 8 quilómetros a 5,9%, onde podem ser feitos ataques e consolidados ou, se o ritmo for alto, os sprinters podem ficar fora da discussão da corrida. A partir daí, segue-se a mesma descida com vários topos de colinas, perfeita para os atacantes;

As equipas dos sprinters terão algum tempo para se reorganizarem, mas terão de enfrentar a subida decisiva mais uma vez, chegando finalmente ao topo a 36,5 quilómetros do fim. Após a curta e rápida descida, os ciclistas encontram estradas maioritariamente planas, onde uma poderão organizar uma perseguição com os homens que restarem.

Embora a corrida possa ser um pouco selectiva, a dinâmica tende normalmente para uma perseguição organizada entre várias equipas que não hesitarão em trabalhar para dar mais hipóteses aos seus líderes de lutarem pela vitória. Se os homens mais rápidos tiverem de enfrentar um sprint urbano, espera-os uma reta da meta com 500 metros de comprimento;

O Tempo

O Tempo

Temperaturas agradáveis e quentes, ao contrário do que temos vindo a encontrar noutras corridas desta primavera. O vento estará presente, consistentemente de leste. Felizmente para quem deseje atacar, isto significa que haverá um vento de costas cruzado tanto em Felberg como em Mammolshein;

Repetição de 2023

No ano passado, o percurso foi tornado mais difícil e o resultado foi bastante evidente. A corrida esteve longe de ser decidida por uma chegada em pelotão compacto, pois um grupo de favoritos conseguiu fugir numa das subidas e depois levaram a decisão da vitória para a linha de meta, numa disputa entre eles. Esperamos que o mesmo aconteça este ano, pois o percurso tem várias subidas e um ritmo forte em apenas uma pode destruir completamente o pelotão, uma vez que várias equipas vão concentrar-se nos seus sprinters. Também porque olhando para a lista de partida temos tremendos puncheurs em grande forma como Maxim van Gils e Thibau Nys... Mas também porque a UAE Team Emirates vêm mais uma vez com um bom alinhamento; com Diego Ulissi, Marc Hirschi, Jan Christen e também possivelmente Nils Politt que poderá certamente ter um bom desempenho nesta que é a corrida do World Tour mais próxima de casa;

No seu melhor dia, podemos certamente ver Wout Poels e Ben Healy causar problemas nas subidas... O campeão em título Soren Kragh Andersen será uma ameaça, embora argumentemos que dentro da Alpecin-Deceuninck é Axel Laurance o maior candidato à vitoria. A equipa da casa, a BORA - hansgrohe terá que fazer a diferença nas subidas, tendo Max Schachmann - que voltou ao seu pico de forma há um mês atrás, mas não nas Ardenas, Sergio Higuita e Fredrik Wandahl como cartas para jogar. Outros outsiders a considerar serão Georg Zimmermann, Gonzalo Serrano e Axel Zingle.

Vencerão os velocistas mais uma vez?

Há certamente argumentos para tal afirmação. O percurso já não os favorece e, por isso, há menos sprinters presentes. O que significa que menos equipas formarão uma aliança na última hora de corrida. No entanto, temos sprinters fortes presentes na corrida, que podem sobreviver bastante bem e estar perto da frente depois de todas as subidas. De facto, há muitos especialistas em clássicas na lista, é mais fácil nomear os sprinters mais puros que vão querer uma corrida conservadora: Caleb Ewan, Alexander Kristoff, Sam Bennett, Paul Magnier e Pavel Bittner. As equipas destes homens poderão fazer possíveis alianças nos quilómetros finais, a par de outras.

'Outros' incluem diferentes tipos de ciclistas. Alguns, como a dupla da Movistar Alex Aranburu e Ivan García Cortina, provavelmente se concentrarão numa corrida mais ofensiva. Nomes como Vincenzo Albanese, Riley Sheehan e Laurenz Rex adorariam uma corrida dura, depois resolvida num sprint de grupo reduzido. Entre todos estes, temos Mike Teunissen, Jasper De Buyst, Pierre Gautherat, Amaury Capiot, Henri Uhlig e Soren Waerenskjold.

Previsão Eschborn-Frankfurt 2024:

*** Thibau Nys, Marc Hirschi

**Maxim van Gils, Jan Christen, Axel Laurance

*Diego Ulissi, Ben Healy, Soren Kragh Andersen, Axel Zingle, Alexander Kristoff, Paul Magnier, Vincenzo Albanese, Ivan García Cortina, Pierre Gautherat, Laurenz Rex, Henri Uhlig, Soren Waerenskjold

Escolha: Jan Christen

Artigo por Ruben Silva