Emanuel Duarte acredita que o doping no ciclismo português é coisa do passado : "O ciclismo agora está limpo"

Emanuel Duarte, da Credibom - LA Aluminios - Marcos Car, foi o grande vencedor do 12º GP O Jogo que esteve na estrada entre o dia 25 de abril, dia em que se celebravam os 50 anos da revolução de 74, e 28 de abril. Venceu duas etapas, levou para casa as camisolas amarela e dos pontos, sendo uma, senão mesmo a melhor, prestação de sempre da equipa comandada por Hernani Brôco, que levou o ciclista algarvio de 27 anos a alcançar o maior feito da sua carreira.

Instado a falar sobre como viu e sentiu a corrida, refere "A primeira etapa saiu bem e quando se ganha logo a primeira isso dá confiança. No dia seguinte perdi a amarela, embora num desempate segundo o regulamento, e para a terceira só pensava recuperá-la. Tive a oportunidade de o fazer ganhando mais uma etapa. No último dia tivemos uma jornada muito atacada, fiquei cedo sem a ajuda dos colegas, mas tinha boas pernas, dando para levar a camisola até ao fim."

Foi para a estrada na ultima etapa nervoso, mas consciente do trabalho que tinha a fazer, como o disse a O Jogo "Sabia que ia ser uma etapa complicada. A Sabgal é uma equipa forte, todos o sabemos, e queria levar esta camisola usando a sua força. Estava bem fisicamente, mas podia falhar. Acabou bem, terminei a última etapa na terceira posição e levo a camisola para casa. Depois estive sempre com os meus adversários. Preocupado nunca fiquei. Sabia que tinha de manter a calma, ir de cabeça fria e não entrar em maluquices. Senti sempre a corrida controlada".

A Credibom- LA é uma equipa modesta, com um orçamento reduzido e apesar da grande aposta na juventude, tem em Luís Fernandes ( ex Boavista) e Emanuel Duarte, duas excepções "O que nos distingue é a união da equipa e o facto de ali acreditarem nos atletas. O Hernani Brôco sempre acreditou em mim e sempre me acompanhou. Foi buscar-me uma segunda vez a pensar que eu podia ganhar corridas e felizmente já se confirmou" afirmando que " Foi com ele que sempre melhorei. Em 2019 tive grandes resultados, estive uns anos fora e, ao voltar, estou a ganhar de novo".

Emanuel Duarte não se imiscui de falar sobre os fantasmas que assolaram um passado recente do ciclismo português, tocando no tema que muitos evitam comentar " O ciclismo sofreu uma mudança drástica e para o lado positivo. Agora é limpo. Acredito que isso vai fazer com que olhem para nós de outra forma" acreditando o algarvio que os casos de doping no pelotão nacional são mesmo uma coisa do passado " Nota-se bem, mudou o ritmo competitivo. Já podemos dizer que temos um desporto limpo." concluiu.