A UAE Team Emirates tem um poço sem fundo de jovens talentos nas suas mãos mas, como acontece frequentemente, abundância não dá oportunidades para todos. A consequência lógica do excesso de líderes talentosos (com contratos longos) leva a que isso seja inevitável e os rumores de ciclistas promissores andarem à procura de formas de rescindirem os contratos acumulam-se (como os rumores de Juan Ayuso após a Volta a França). Não é bem o caso de Finn Fisher-Black, cujo contrato terminou no final de 2024 e que saiu à procura de mais oportunidades pela sua nova equipa, a Red Bull - BORA - hansgrohe.
"Acho que a equipa está muito cheia, eles têm a sorte de ter tanto talento. Por vezes, é difícil mostrar que se é suficientemente bom para lá estar, porque todos estão a tentar dar o seu melhor e todos têm as suas próprias ambições", disse Fisher-Black ao Cyclingnews e ao The Cycling Podcast no estágio da Red Bull.
"Alguns deles, como o Ayuso, o Del Toro e os que estão a chegar agora, são verdadeiras estrelas e vão conseguir grandes feitos, tenho a certeza. Mas quando não se está nesse nível de trajetória, é difícil chegar ao papel de líder da equipa. Para mim, foi difícil encontrar o meu lugar."
O ano de 2024 foi um bocado decepcionante para Fisher-Black, em especial devido às poucas oportunidades de brilhar nas maiores corridas do World Tour, para as quais muitas vezes nem sequer foi selecionado. "Estava à procura de mais oportunidades e perdi uma corrida este ano nos Emirados Árabes Unidos, o que foi um grande motivo para me aperceber de que talvez fosse altura de sair. Quero tirar o máximo partido de mim próprio e penso que isso passa por fazer as maiores corridas do calendário", explicou Fisher-Black.
Recorda a sua primeira e última corrida numa Grande Volta, onde chegou a terminar em segundo lugar numa das etapas. "Na Vuelta de 2023, mostrei-me um pouco, e foi aí que comecei a sentir que era um pouco mais reconhecido no World Tour pelo público, mas também pelos meus pares".