Antigo diretor da Emirates deixa aviso a Tadej Pogacar: "O seu ponto fraco é o excesso de confiança"

Ciclismo
domingo, 06 julho 2025 a 13:00
pogacar
Tadej Pogacar iniciou a Volta a França de 2025 com o pé direito, evitando cortes e incidentes na primeira etapa, que ficou marcada pela divisão do pelotão nos quilómetros finais provocada pela Team Visma | Lease a Bike. Enquanto Primoz Roglic e Remco Evenepoel perderam quase um minuto, o esloveno da UAE Team Emirates estava, como de costume, exatamente onde tinha de estar.
No entanto, nem todos veem o desempenho inicial com total tranquilidade. Allan Peiper, antigo diretor desportivo de Pogacar na UAE, partilhou algumas reservas sobre o estado anímico e estratégico do seu ex-pupilo, numa entrevista concedida ao programa neerlandês De Avondetappe. “Não falamos muito, trocamos mensagens de vez em quando. Nem sempre é sobre ciclismo. Desejei-lhe sorte antes do Tour e falei-lhe do tempo aqui. Ele costumava ser um jovem discreto, mas agora é uma superestrela”, contou Peiper.
Apesar da distância profissional, Peiper fez questão de sublinhar a dimensão humana de Pogacar, algo que, segundo ele, permanece intacta. “É muito querido, muito atencioso. Vê-se como trata as crianças, os fãs. É genuíno. Esse lado dele dá-lhe tranquilidade em corrida. Ele precisa de se divertir para funcionar. Sem isso, algo nele se perde.”
Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard na linha de partida da Volta a França
Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard na linha de partida da Volta a França
Contudo, no plano competitivo, o australiano deixou um alerta claro: a autoconfiança de Pogacar poderá jogar contra ele. “O seu ponto fraco é o excesso de confiança. Isso preocupa-me um pouco. Em 2022 perdeu o Tour por causa disso. E mesmo há dois anos, depois da lesão no pulso, esperava uma abordagem mais cautelosa. Mas voltaram logo a andar na frente com intensidade.”
Peiper vê com respeito a forma como a Visma tem gerido os seus trunfos e deixa uma advertência. “Conheço bem os holandeses da Visma. São meticulosos e muito inteligentes. Sabem esperar pelo momento certo. E isso pode ser perigoso.”
O antigo estratega da UAE acredita que a chave da corrida estará na gestão de energias rumo à terceira semana. Com subidas como o Hautacam, o Mont Ventoux e o Col de la Loze ainda por vir, o terreno parece favorecer um Vingegaard em modo de espera. “Pogacar teve uma primavera fantástica, mas há algo em mim que diz que o Vingegaard está a guardar-se. Ele parece ter o depósito cheio. E pergunto-me quanto combustível ainda terá o Pogacar.”
Mesmo reconhecendo que ambos os líderes chegam em excelente forma, Peiper terminou com uma perspectiva equilibrada. “Temos uma batalha de titãs em perspetiva. Espero que nenhum deles tenha azar, porque isso tiraria brilho ao Tour. Para mim, neste momento, está 50/50.”
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