Jonas Vingegaard deverá alinhar como principal candidato à vitória na
Volta a Espanha 2025. Naturalmente, o dinamarquês surge, à partida, um nível acima dos restantes rivais, mas numa corrida de três semanas tudo pode mudar e o papel da Team Visma | Lease a Bike poderá ser tão determinante quanto as pernas do próprio líder.
"As suas hipóteses são muito boas. Nas últimas 6 grandes voltas em que o Jonas participou, apenas Pogacar conseguiu ameaçá-lo verdadeiramente. Isto, se excluirmos a Vuelta, onde ele deu a vitória a
Sepp Kuss", recordou Christian Moberg, especialista da TV 2 Sports.
Uma equipa montada para Vingegaard
A formação neerlandesa chega sólida e focada. Dylan van Baarle regressa à seleção, enquanto a ausência de Wout van Aert clarifica o objetivo: tudo gira em torno de Vingegaard.
"Parece ser uma equipa muito forte, com muitos repetentes da Volta a França. Há uma estrutura robusta para a montanha, com Ben Tulett, Wilco Kelderman, Sepp Kuss e
Matteo Jorgenson. Depois, Van Baarle, Campenaerts e Axel Zingle serão importantes nas etapas mais planas", analisou Moberg.
Dúvidas em torno dos escudeiros
Ainda assim, nem todos os analistas partilham o mesmo otimismo. Emil Axelgaard, também especialista em ciclismo, levanta algumas interrogações quanto à fiabilidade do bloco que acompanha o líder dinamarquês.
Matteo Jorgenson, em condições normais um ciclista capaz de lutar pela geral, chega após um Tour abaixo das expectativas e com a incógnita da sua recuperação. "É a primeira vez que Jorgenson faz duas grandes voltas consecutivas e não se sabe se terá o nível necessário para ser competitivo na classificação geral", explicou Axelgaard.
Já Ben Tulett, de 23 anos, pode assumir papel de destaque nas montanhas. Depois de uma época em crescendo, o britânico conquistou lugar nesta Vuelta, que será apenas a sua segunda experiência numa corrida de três semanas, depois do Giro 2022. "Tulett está melhor do que nunca este ano, mas ainda tem de provar-se numa grande volta", acrescentou o analista.
Experiência e incógnitas
As incertezas estendem-se a nomes experientes. Victor Campenaerts brilhou no Tour, mas no ano passado acusou desgaste quando acumulou a Volta a França e a Vuelta. Wilco Kelderman, por sua vez, atravessa uma temporada irregular e longe do seu melhor nível.
O contraponto chama-se Sepp Kuss, historicamente capaz de manter elevado rendimento quando combina Tour e Vuelta. "Kuss é quase sempre o melhor quando corre a Vuelta com o Tour nas pernas", sublinhou Axelgaard.