A "Wolfpack" deu a conhecer hoje os ciclistas que vai alinhar na próxima edição da
Volta a Itália. Uma equipa sem as duas principais figuras: Remco Evenepoel e Tim Merlier, mas com dois líderes fortes e com muitos créditos.
Embora dê a sensação que a
Soudal - Quick-Step esteja a andar menos do que noutras temporadas, a histórica equipa belga tem exatamente o mesmo número de vitórias que tinha no ano passado por esta altura - 13, às quais acrescentam 29 pódios e 70 top 10. O objetivo para este Giro é claro, fazer uma boa geral com
Mikel Landa e ganhar etapas com
Paul Magnier e Ethan Hayter. Vamos conhecer quem são os 8 "lobos" que estarão à partida em Durres.
Alinhamento da Soudal - Quick-Step para a Volta a Itália
Mikel Landa
Mattia Cattaneo
Josef Cerny
Gianmarco Garofoli
Ethan Hayter
James Knox
Luke Lamperti
Paul Magnier
Compreende-se que a Soudal reserve os melhores trepadores para estarem ao lado de Remco Evenepoel na Volta a França, mas o pobre coitado do Landa merecia mais apoio na montanha, tem apenas 3 ciclistas e bem puxadinhos. Landani marcou esta corrida desde cedo no calendário e fez uma preparação clássica, apenas com 2 corridas por etapas, tendo concluído no top 10 em ambas: 7º no Tirreno-Adriatico e 4º na Volta à Catalunha e depois seguiu para altitude. O espanhol tem uma história de amor com a corrida italiana, já foi 3º na geral por 2 ocasiões, outra foi 4º e já ganhou 3 etapas, regressa depois de 3 anos de ausência e está sedento por voltar a brilhar nas estradas transalpinas, confio num top 5 na geral final.
Referia à pouco, os apoios ou a falta deles para Landa nas montanhas, pois bem, um deles é Mattia Cattaneo, um dos melhores contrarrelogistas em prova, um bom trepador, foi 10º no Tirreno-Adriatico e deverá ser o homem que vai acompanhar Landa mais tempo nos grandes passos montanhosos.
James Knox continua muito abaixo das expectativas, não confirmou todo o seu potencial e está remetido ao papel de gregário, que desempenhou com alguma qualidade na Volta à Catalunha, precisamente ao lado de Landa, será isso que o basco espera dele. O jovem Garofoli estreia-se na Volta a Itália, tem tido uma evolução interessante, pode aprender muito com Landa e ser um ciclista importante nas montanhas.
Magnier é a aposta para os sprints,
o jovem francês já confessou a sua ambição de ganhar uma etapa e vestir de rosa nesta que é a sua estreia em grandes voltas. Tem algum apoio, vejamos como se articula o comboio, mas estou confiante que pode vencer uma etapa, a classificação por pontos parece-me mais complicado porque isso implica resistir às 3 semanas, algo que é uma novidade para ele.
Hayter viu a Soudal dar-lhe uma segunda oportunidade, mas as coisas não estão a correr bem, um inicio de temporada apagado, apenas com 1 top 10, no contrarrelógio da Volta ao País Basco. Perante estas indicações, o seu papel deverá cingir-se ao de lançador de Magnier nas chegadas rápidas.
Lamperti é outro talento emergente da equipa, já cheirou a vitória por 2 ocasiões em 2025, em clássicas belgas e, curiosamente, fará aqui a sua primeira corrida por etapas do ano, vejamos como reage o corpo. Deverá integrar o comboio de Magnier. Cerny é um caça fugas, um trabalhador incansável na frente do pelotão, papel que muitas vezes é menosprezado, mas não o deve ser, pode ser importante em dias de vento lateral.
Original: Miguel Marques