Ben O'Connor reage à morte de Samuele Privitera antes de partir para a etapa 12 da Volta a França 2025: "Infelizmente, não é a primeira vez"

O mundo do ciclismo acordou em luto com a trágica notícia da morte de Samuele Privitera, jovem promessa italiana de 19 anos da equipa de desenvolvimento Hagens Berman Jayco Cycling Team. O ciclista sofreu um ataque cardíaco durante a primeira etapa do Giro Next Gen (a Volta a Itália Sub-23) e, apesar da rápida assistência médica e dos esforços de reanimação, acabou por não resistir.

Enquanto a Volta a França avança esta quinta-feira com a 12.ª etapa e a aguardada primeira chegada em alto, o pelotão carrega consigo o peso dessa perda. Para a Jayco AlUla, onde Ben O’Connor lidera a formação australiana, o dia tem agora um significado muito maior. O’Connor, que partilha a ligação institucional com a equipa de desenvolvimento onde Privitera corria, prestou homenagem ao jovem antes do arranque.

“Vamos manter-nos unidos e tentar obter um bom resultado. Esta é a dura realidade de um desporto perigoso. Todos nós enfrentamos estes momentos, e infelizmente não é a primeira vez,” disse O’Connor à TV2.de, visivelmente comovido. “Temos de nos lembrar porque estamos aqui. Se conseguirmos vencer hoje, isso significará muito mais para nós e significará muito para todos.”

Samuele Privitera caiu da sua bicicleta cerca de uma hora após o início da etapa em questão. A equipa médica do Giro Next Gen, onde estava a competir, interveio de imediato, com manobras de reanimação no local, antes do jovem ser transportado para o hospital. A confirmação do falecimento abalou toda a comunidade do ciclismo, que tem nas academias de desenvolvimento a esperança no futuro da modalidade.

A ligação entre as estruturas Jayco é forte, e muitos dos atletas e técnicos da equipa WorldTour conheceram Privitera de perto ou acompanharam a sua progressão. O’Connor, ao partir para a exigente etapa até Hautacam, não escondeu o peso emocional que carrega. “Custa sempre mais nestes dias, quando algo assim acontece. Corremos para ganhar, claro, mas também para dar sentido a tudo isto. Hoje corremos com um nome no coração.”

Com os olhos do mundo voltados para a alta montanha e a luta entre os grandes nomes da geral, a Jayco AlUla traz para a estrada outra dimensão da corrida: a da memória, do tributo e da solidariedade. Se Ben O’Connor conseguir brilhar hoje, não será apenas uma vitória desportiva. Será uma homenagem a um jovem talento que partiu demasiado cedo.