Biniam Girmay foi entrevistado há alguns dias por Nacho Labarga no Criterium de Saitama. O sprinter da Eritreia completou uma época excecional, a sua época de consolidação na elite do ciclismo mundial, vencendo 3 etapas e a camisola verde da Volta a França.
Questionado pela
Marca se tinha vivido os melhores momentos da sua vida, qualificou a sua resposta deixando claro que os assuntos pessoais estão acima dos desportivos: "É algo impensável. Mas, mesmo assim, não diria que é o melhor momento da minha vida, porque foi quando a minha filha nasceu. Depois disso, porém, e sobretudo a nível desportivo, sim seriam estes triunfos."
Sobre a loucura na Eritreia e em todo o mundo para competir com os seus compatriotas, explica o que sente e as consequências da fama: "Os adeptos no meu país são muito animados. O ciclismo na Eritreia é muito popular. Claro que tem o seu lado bom, mas eu gosto mesmo de viver uma vida calma". Neste momento, pode dizer-se que os adeptos eritreus apoiam bastante os seus ciclistas, talvez mais do que qualquer outra nação, uma vez que são sempre muito visíveis em qualquer corrida em que estejam presentes.
Lidar com a fama, algo que nunca é fácil: "Adoro ser apoiado, mas por outro lado não gosto de estar com muita gente porque este desporto exige muito descanso. É preciso treinar e é preciso descansar. Mas também consigo compreender as pessoas, porque são muito felizes. É por isso que querem conhecer-me. Mas eu tento continuar com a minha vida".
Racismo no ciclismo
Girmay fala de uma questão complicada como o racismo, afirmando que a sua experiência como ciclista é muito positiva neste domínio e que sempre se sentiu muito respeitado:
"Nunca fui vítima de racismo durante toda a minha carreira, sempre fui muito bem tratado onde quer que tenha estado, embora tenhamos visto episódios deste tipo noutros desportos. No ciclismo é ao contrário. Por exemplo, em Espanha, todos estão contentes, encorajam-me e apoiam-me. E aqui no Japão, o mesmo. O ciclismo tem um ambiente positivo neste aspeto".