Biniam Girmay foi 2º na primeira etapa do Tour 2025 e confessa: "Tive de fazer tudo sozinho"

A temporada de 2025 tem sido, até agora, marcada por uma sucessão de segundos lugares para Biniam Girmay, e a etapa inaugural da Volta a França não contrariou esse padrão. Numa jornada mais intensa e imprevisível do que se esperava, o ciclista da Eritreia voltou a ser batido ao sprint, desta vez por Jasper Philipsen, que regressou aos triunfos na prova onde já brilhou noutras edições.

“Estou contente com o meu segundo lugar, mas também um pouco chateado. Não é bom perder uma oportunidade tão boa de vestir a camisola amarela”, lamentou Girmay após cruzar a meta. A consolação foi a camisola branca, reservada ao melhor jovem, mas mesmo essa distinção soube a pouco: “A camisola branca é um bom prémio de consolação, especialmente no meu último ano a competir por ela, mas tenho de admitir que a melhor camisola da Volta a França é a verde.”

A tensão no pelotão fez-se sentir desde os primeiros quilómetros. O receio dos cortes estava no ar e Girmay, conhecedor do perigo, manteve-se atento. “Muitos dos ciclistas estavam muito nervosos com o vento desde o início da etapa. Tinha a certeza de que o pelotão se ia dividir a dada altura”, explicou. E quando a corrida partiu, foi um dos poucos a reagir de imediato. “Tentei encontrar um bom lugar para mim, para o caso de acontecer alguma coisa, e consegui fazê-lo quando o corte aconteceu.”

O corte no pelotão acabou por expor a Intermarché - Wanty. Apesar da boa colocação de Girmay, nenhum dos seus colegas de equipa conseguiu acompanhá-lo no grupo da frente. “Infelizmente, tive de fazer tudo sozinho e gastar muita energia porque não tinha companheiros de equipa comigo, e senti a falta deles.”

No final, a diferença tática foi decisiva. Philipsen contou com o apoio total do seu comboio da Alpecin-Deceuninck e foi lançado na hora certa. Girmay, por sua vez, viu-se encurralado junto às barreiras e sem espaço para lançar o seu sprint. Resultado: mais um segundo lugar, mais uma chegada frustrante.

Ainda assim, o eritreu mantém a confiança. “Estou muito contente na minha forma, pois consegui sentir-me confortável do princípio ao fim da etapa. Sinto-me cansado agora, mas amanhã tenho outra boa oportunidade. Vim para cá para ganhar etapas e vou tentar ganhar uma o mais rapidamente possível.” A determinação mantém-se intacta, e o desejo pela camisola verde continua a ser o seu verdadeiro objetivo.