Ciclistas da Visma lembram o momento em que souberam que Yates ia ganhar o Giro: "Os adeptos gritavam: ‘O Simon tem cinco minutos!’"

Ciclismo
sexta-feira, 06 junho 2025 a 3:00
simonyates teamvisma
No passado fim de semana, as ruas de Roma testemunharam a concretização de um sonho: Simon Yates venceu a Volta a Itália de 2025, dando à Team Visma | Lease a Bike a sua oitava vitória numa Grande Volta e, possivelmente, uma das mais emocionantes da história recente do ciclismo.
O desempenho de Yates ao longo das três semanas foi marcado por consistência, inteligência tática e, acima de tudo, por uma redenção simbólica. A sua vitória foi selada nas temíveis encostas do Colle delle Finestre, onde ganhou minutos aos seus rivais diretos, Isaac Del Toro e Richard Carapaz. O simbolismo do momento não passou despercebido: há sete anos, foi nessa mesma montanha que Yates perdeu dramaticamente a liderança da Volta a Itália para Chris Froome, este ano, atacou no mesmo quilómetro onde tinha descol
Simon Yates ao ataque no Colle delle Finestre
Simon Yates ao ataque no Colle delle Finestre
Num comunicado oficial da equipa, Wilco Kelderman, veterano que já participou em 18 Grandes Voltas, não escondeu a emoção. “Já vivi muita coisa na minha carreira, mas esta Volta foi única”, afirmou o neerlandês de 34 anos. "Em 2023, ganhei a Volta a França com o Jonas Vingegaard e a Volta a Espanha com o Sepp Kuss, mas tenho esta em grande consideração. O ambiente na equipa foi extraordinário. Todos se mantiveram focados durante três semanas e colhemos os frutos disso".
Para Bart Lemmen, ainda apenas no seu segundo ano no worldtour, a experiência teve contornos de irrealidade. “Há quatro anos, tornar-me profissional ainda parecia um sonho distante”, recordou. "É especial poder dizer que faço parte de uma equipa vencedora de uma Grande Volta. O facto de ter acontecido tão cedo na minha carreira é surreal".
Um momento em particular ficou-lhe gravado: a 15.ª etapa, sobre o Monte Grappa. "Foi, sem dúvida, o meu melhor dia como ciclista. Estive na frente durante toda a jornada e ainda consegui ajudar no final, mantendo alguns rivais do Simon sob controlo. Foi emocionante".
O ponto alto da corrida deu-se, naturalmente, no Colle delle Finestre. Foi ali que Yates desferiu o ataque que transformou uma liderança frágil numa margem inatacável. “Nunca esquecerei aquela subida”, disse Kelderman. "Estava perto do Bart quando ouvimos que o Simon tinha uma vantagem de cinco minutos. Pensámos: ‘Vamos ganhar esta Volta’".
Lemmen acrescentou cor à memória desse momento: “Foi caótico, mas mágico. A comunicação com o carro da equipa falhava nas zonas altas, e a informação vinha literalmente dos adeptos na berma da estrada. Gritavam: ‘O Simon tem cinco minutos!’ - arrepiante".
Quando o pelotão chegou a Roma, a Visma estava no topo do mundo. "É difícil colocar em palavras a sensação de pedalar pelas ruas de Roma com os fatos cor-de-rosa, a bicicleta cor-de-rosa do Simon, o ambiente… tudo foi perfeito”, concluiu Lemmen. "Olho para trás com um orgulho imenso".
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