Conferência de imprensa de Julian Alaphilippe: "Não podemos comparar os tempos do Bernard Hinault com os dias de hoje"

Ciclismo
sexta-feira, 04 julho 2025 a 17:52
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Julian Alaphilippe volta a alinhar na Volta a França em 2025, agora ao serviço da Tudor Pro Cycling Team. Longe vão os dias em que era um dos principais animadores da classificação geral ou o rosto do ciclismo francês na luta por triunfos de prestígio. Ainda assim, o antigo Campeão do Mundo apresenta-se em Lille com entusiasmo, experiência e ambição. Em conversa com o CiclismoAtual e outros meios de comunicação social, falou da sua preparação, das metas pessoais e do seu olhar sobre o pelotão atual.
Pergunta: Como é que se sente aqui a dois dias da Volta a França?
Resposta: Estou muito feliz por estar de volta à Volta e por estar aqui pela primeira vez com a minha nova equipa, a Tudor. Será certamente uma experiência especial para nós. Estou super entusiasmado, motivado e ansioso por começar a corrida.
P: Quais são as suas ambições?
R: Claro que temos sempre ambição. Penso que temos uma equipa forte e homogénea para tentar ganhar algumas etapas. O objetivo e o sonho é ter um bom desempenho e vencer uma etapa nesta Volta, é sempre algo especial e penso que será esse o objetivo durante as próximas três semanas, perseguir vitórias em etapas.
P: Ouvi-o mencionar que a primeira semana é interessante para os puncheurs. Considera-se um deles e porquê?
R: Penso que continuo a ser mais um puncheur do que um trepador ou um sprinter. Há algumas etapas na primeira semana que me servem bastante bem, mas é claro que é preciso ter boas pernas. Fiz tudo na minha preparação para me sentir bem, especialmente na primeira semana, por isso vamos ver.
P: Qual é a melhor parte de ser um puncheur?
R: Ter uma aceleração forte, momentos de saída e de dor… Mas há tantos puncheurs no pelotão… Penso que sempre tive estas qualidades e estou sempre a trabalhar nelas. Também trabalhei em algumas montanhas no campo de treinos em altitude, mas a minha preparação é praticamente a mesma dos últimos anos antes da Volta.
P: Quem considera serem os seus principais rivais para as etapas mais difíceis?
R: Como já disse, há muitos ciclistas fortes em percursos com pancadas, mas também ciclistas de classificação geral — não preciso de mencionar o Pogacar. Um tipo como o Mathieu van der Poel é super rápido no sprint, muito explosivo, há muitos que podem ser perigosos, por isso espero estar ao nível desses ciclistas.
Julian Alaphilippe
Julian Alaphilippe
P: Este ano faz 40 anos desde o último vencedor francês da Volta a França. O que é que isso significa para os ciclistas franceses e para os jovens profissionais? Isso ainda pesa? O que representa o nome Bernard Hinault para si?
R: Claro que é muito tempo, sem dúvida. Mas não estou preocupado em ser o próximo francês a ganhar a Volta a França(risos).
P: Há muitos jovens a aparecer, pergunto-lhe, como ciclista francês experiente, não sente essa vontade de vencer a Volta a França?
R: Penso que todos os ciclistas franceses conhecem bem a diferença entre o tempo de Bernard Hinault e os dias de hoje. Quando digo que não estou preocupado, é também porque o próximo francês a vencer provavelmente nem está a pensar nisso. Estamos apenas concentrados em dar o nosso melhor. Temos alguns ciclistas franceses fortes que podem ganhar no futuro, mas não é algo em que eu pense. Estou focado no que quero fazer e no que temos de fazer como equipa. Espero que o fosso desapareça de um momento para o outro. É verdade que 40 anos é muito tempo.
P: Teve um excelente desempenho recentemente na Volta à Suíça. Considera que os seus valores de subida estão ao nível de 2019?
R: Não verifiquei os valores, mas senti-me bem na Suíça. Foi uma semana importante antes de vir para cá. Ganhei confiança por ter estado bem. Gostei de correr na Suíça, que é a corrida da casa da Tudor. Foi, como disse, a última grande semana de preparação antes da Volta. O mais importante são as sensações e senti-me bem, tive boas sensações e isso dá-me confiança para a Volta.
P: Ao preparar-se para esta Volta, concentrou-se especificamente na primeira semana ou pensou na longevidade ao longo das três semanas?
R: O meu objetivo é fazer uma boa Volta. A primeira semana é importante porque tem algumas boas oportunidades para nós, para um ciclista como o Marc [Hirschi], eu ou o Alberto [Dainese]. Mas sim, a Volta é longa. Sabemos que a segunda e a última semana são muito duras. Se as coisas correrem bem na primeira semana, óptimo. Se não, sabemos que o caminho até Paris é longo. Por isso, temos de ser fortes e pacientes.
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