Oier Lazkano está no centro daquele que é, neste momento, o caso de
doping mais mediático do ciclismo, embora envolto em grande complexidade. O ciclista espanhol não testou positivo para qualquer substância específica, mas foi suspenso provisoriamente pela UCI na sequência de valores anormais detetados no seu passaporte biológico. Na sua primeira declaração pública desde a suspensão, Lazkano afirmou de forma categórica a sua inocência.
"Nunca utilizei substâncias dopantes ou métodos proibidos. A minha carreira foi construída com base no esforço, dedicação, honestidade e trabalho diário", declarou o antigo ciclista da
Movistar Team e da
Red Bull - BORA - hansgrohe. Após o anúncio da UCI, a equipa alemã decidiu dispensá-lo de forma imediata.
Valores anormais e ligações incómodas
Entre 2022 e 2024, período em que representou a Movistar, Lazkano apresentou em quatro ocasiões valores anómalos no seu passaporte biológico, indicadores que levantaram suspeitas, embora sem prova direta de doping. O espanhol não conseguiu justificar essas anomalias, e as circunstâncias que as originaram permanecem por esclarecer.
A situação torna-se ainda mais delicada pelas ligações que mantinha à estrutura da Movistar durante esses anos. O seu treinador era Leonardo Piepoli, ex-ciclista italiano que, no passado, foi suspenso por doping. Este detalhe, inevitavelmente, complica qualquer tentativa de defesa ou de afastar suspeitas sobre o caso.
Carreira suspensa e futuro em risco
Lazkano enfrenta agora um cenário incerto. Embora não esteja oficialmente banido do desporto, encontra-se sem autorização para competir e dificilmente conseguirá um novo contrato para 2026. O seu futuro permanece num limbo, entre a tentativa de provar inocência e a necessidade de reconstruir uma reputação afetada.
"Confio na verdade e na justiça desportiva. Continuarei, com determinação e transparência, a defender o meu nome e a minha dignidade profissional", assegurou o espanhol, mantendo uma postura de firmeza e serenidade.