Continua a guerra com Richard Carapaz? Gregário de Pogacar falha os mundiais e deixa o homem da EF como líder único do Equador

Ciclismo
quinta-feira, 18 setembro 2025 a 10:00
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O Campeonato do Mundo de 2025 terá lugar em Kigali, no Ruanda, num cenário marcado pela altitude e pelo calor, fatores que se preveem determinantes no rendimento dos ciclistas. A dureza do traçado, com inúmeras subidas curtas e explosivas, coloca desde logo os trepadores como principais candidatos, mas abre também espaço para surpresas vindas de corredores oriundos da América do Sul e da América Central, mais habituados a competir em condições semelhantes. Nesse contexto, a ausência de Jhonatan Narváez foi recebida com surpresa, já que o equatoriano aparecia como uma das apostas mais sólidas da seleção.
Até ao início da semana, Narváez estava confirmado na lista de inscritos para a prova de estrada em Kigali. A sua presença parecia lógica, tendo em conta a temporada de grande nível que vinha a realizar: primeiro focado nas Clássicas da Primavera, depois na Volta a França e, por fim, a preparar um terceiro pico de forma já neste final de época. Contudo, um anúncio oficial confirmou a desistência. "Jhonatan Narváez, em consulta com a sua equipa, decidiu não participar no Campeonato do Mundo. A decisão baseia-se na natureza do percurso, que foi concebido para trepadores e não está totalmente de acordo com as suas capacidades".

Contradições na decisão

Ainda assim, a justificação não convenceu toda a gente. Apesar da explicação oficial apontar para a exigência do percurso, a realidade é que o equatoriano de 28 anos mostrou em julho o melhor nível a subir da sua carreira. Durante a Volta a França, esteve frequentemente entre os melhores, chegando a terminar perto do Top 10 da geral (13º), e mostrou capacidade para lidar com as subidas de alta montanha. Além disso, o traçado no Ruanda não se caracteriza por ascensões longas, mas sim por rampas curtas, duras e repetitivas, um tipo de terreno que, em teoria, até poderia assentar bem ao estilo agressivo de Narváez.
A decisão levanta, assim, mais dúvidas do que certezas, alimentando a especulação em torno da relação interna da seleção equatoriana.
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Narváez foi campeão do Tour Down Under

Uma época sólida para Narváez

Independentemente desta ausência, a temporada de Narváez foi notável. O equatoriano conquistou o Tour Down Under logo no arranque do ano, sagrou-se campeão nacional e brilhou novamente após a Volta a França, ao vencer uma etapa e terminar em segundo lugar na geral da Volta à Alemanha. Mais recentemente, foi 20º no GP de Quebeque e 11º no GP de Montreal.
Essas performances sublinham não só a sua consistência, como também a versatilidade para competir ao mais alto nível em diferentes cenários.

O fantasma das disputas internas

No entanto, os conflitos passados com a federação e, em particular, com Richard Carapaz, podem ter pesado nesta decisão. Recorde-se que, para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, Narváez foi escolhido em detrimento de Carapaz, então campeão em título, o que gerou grande polémica no ciclismo equatoriano. Agora, com Carapaz a apontar ao pódio em Kigali, a ausência do colega de seleção retira-lhe um aliado crucial numa corrida em que a força coletiva será decisiva.
Em Kigali, o campeão olímpico de Tóquio contará apenas com o apoio de Harold Martín López (XDS Astana Team) e Jonathan Caicedo (Petrolike), mas nenhum deles com a experiência ou a capacidade de decisão de Narváez em provas deste nível.
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