"Correr com o Tadej é uma situação de sonho" O fiel braço direito de Pogacar está pronto para dar tudo por tudo na busca pelo bicampeonato mundial no Ruanda

Ciclismo
quinta-feira, 18 setembro 2025 a 8:07
pogacar novak
Para Domen Novak, a palavra orgulho não chega para descrever o que significa alinhar lado a lado com Tadej Pogacar. Aos 30 anos, o fiel gregário da UAE Team Emirates - XRG e da seleção eslovena prepara-se para mais um Campeonato do Mundo de Estrada, desta vez em Kigali, onde terá novamente a missão de proteger aquele que muitos consideram o ciclista mais devastador da atualidade.
"É especial correr nos Mundiais porque com a seleção nacional é sempre um pouco diferente", explicou Novak ao Cycling News. "Na Emirates conhecemo-nos todos muito bem, mas aqui juntam-se ciclistas que não correm connosco durante o ano. Para mim, correr com o Tadej é uma situação de sonho, sempre. Às vezes há mais pressão, mas também sentimos muito orgulho".

De Zurique ao desafio africano

Há um ano, em Zurique, o trabalho de Novak simplificou-se quando Pogacar lançou o seu ataque épico a 100 quilómetros do fim, conquistando sozinho a camisola arco-íris. "No ano passado foi assim", recordou com um sorriso. "Este ano veremos como corre. O percurso é muito bom para ele e vamos tentar o melhor para ganhar novamente".
Em Kigali, no entanto, a missão promete ser mais dura. O percurso é longo, técnico e com sucessivas subidas em altitude que poderão reduzir o pelotão a um punhado de sobreviventes. "É difícil dizer se será mais duro, no fim são sempre os ciclistas que tornam a corrida difícil. Há muita subida, como numa Clássica, e depois de 200 quilómetros não restam muitos com pernas para correr".
pogacar domen novak milana sanremo 2024
Novak esteve ao lado de Pogacar em algumas das suas grandes conquistas
Recém-saído de uma extenuante Volta a Espanha, onde mostrou dificuldades na 3ª semana, Novak admite que não chega tão fresco como em 2024, mas mantém-se determinado: "Vou estar pronto para os Mundiais. Vai ser especial correr em África, mas também é especial correr para o Tadej. Vou dar tudo por ele é isso que importa".

O fator Roglic e a ausência de Tratnik

A Eslovénia apresenta-se com Primoz Roglic, Matej Mohoric, Luka Mezgec, Gal Glivar, Matevz Govekar, Jaka Primozic e Matic Zumer, mas sem Jan Tratnik, peça fundamental do ataque vitorioso de Pogacar no ano passado. "Perdemos muito sem o Jan. Ele é muito forte, mas teve problemas físicos. Talvez tenha de o substituir nesse papel, mas todos vamos dar o máximo para tentar ganhar", explicou Novak.
A grande incógnita passa por como será utilizado Roglic. O selecionador Uroš Murn já descreveu a situação como "um luxo", mas gerir duas estrelas deste calibre é sempre um desafio. Novak mantém-se pragmático: "Não sei exatamente o que vou fazer, mas imagino que depois dos 150 quilómetros comece a puxar e a endurecer a corrida. Depois logo se vê".

Pogacar no ponto

A confiança da seleção eslovena assenta sobretudo no estado de forma de Pogacar, que afinou a preparação no Canadá após mais um triunfo na Volta a França. "Conhecem o Tadej, ele pode ganhar quase todos os dias", disse Novak. "Ele vai chegar na melhor forma. Temos uma equipa forte e vamos colocá-lo no melhor lugar possível".
Novak testemunhou repetidamente a capacidade de Pogacar de atingir o pico competitivo no momento certo: "Quando o Tadej planeia estar pronto, ele está pronto. Precisa de uns dias de corrida para abrir o motor e depois ninguém o pára".

Orgulho de uma geração dourada

No ano passado, enquanto Pogacar era celebrado em todo o país pela conquista da camisola arco-íris, Novak regressava discretamente à competição na Croácia. Mas, para ele, o mais importante não são os holofotes: "Com Tadej é sempre diferente, mas para mim é normal. O que importa é estar ao lado dele. Correr com o Tadej é uma situação de sonho, sempre".
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