As esperanças de
Demi Vollering em conquistar novamente a camisola amarela e vencer a
Volta a França Feminina 2025 desmoronaram-se por completo este sábado, na etapa rainha da corrida. A ciclista da
FDJ-Suez foi incapaz de responder ao ataque de
Pauline Ferrand-Prévot no Col de la Madeleine e viu a rival francesa consolidar definitivamente a vitória na geral, num dia em que tudo lhe correu ao contrário.
Vollering ainda terminou a etapa no quarto lugar, mas cruzou a meta com 3m03s de atraso para Ferrand-Prévot. Uma diferença que diz tudo sobre o desfecho da sua prestação na subida decisiva. "Sinto falta de força nas pernas. O meu coração e os meus pulmões estavam bem, mas as minhas pernas estavam mesmo a acabar hoje", admitiu, visivelmente abatida, após a etapa. "Senti-me bem no início, mas não tive resposta para o ataque da Sarah Gigante".
O momento em que Vollering ficou para trás foi um choque para muitos. Durante anos considerada a melhor trepadora do pelotão World Tour feminino, a neerlandesa não conseguiu acompanhar nem Gigante nem Ferrand-Prévot no momento decisivo da etapa. "Normalmente, deveria ser capaz de a acompanhar, mas estou muito desiludida, como é óbvio", confessou. "É tão simples quanto isso. O ciclismo é muito simples, para variar".
A prestação da FDJ-Suez também levantou questões no que toca à estratégia.
Évita Muzic, que integrava a fuga do dia como carta tática, parecia demorar demasiado tempo a decidir entre seguir na frente ou esperar pela sua líder. Acabou por recuar, mas apenas quando já era tarde para causar real impacto. Vollering explicou que a decisão foi sua, na esperança de que a colega pudesse ajudar na parte final da etapa.
"Sim, sem dúvida. Eu disse à Evita que ela devia continuar. Mas pensei que talvez ela pudesse ficar com a ciclista da frente e que seria um desperdício se esperasse por mim", justificou a neerlandesa, vencedora da Volta a França Feminina em 2023. "E ainda levaram um bocadinho da Kasia".
O momento de indecisão custou caro, mas Vollering conseguiu, pelo menos, uma pequena vitória pessoal: ao acelerar no final da subida, conseguiu distanciar-se ligeiramente de Katarzyna Niewiadoma e assegurar o terceiro lugar na classificação geral, com 22 segundos de vantagem sobre a polaca.
Apesar do desânimo, esse pódio parcial acaba por suavizar um pouco a frustração da campeã. "Não me sobrou muito, mas foi pelo menos o suficiente para descarregar a Kasia", concluiu. "De momento, sinto-me bastante mal. Vamos recuperar primeiro e depois pensar no dia de amanhã".